sábado, 3 de novembro de 2018

Cavalheiro do pinanço


Por vezes recebemos sinais muito evidentes que só conseguimos perceber depois da asneira feita. Esta achava que me conhecia de algum lado. Cismava e cismava que já tínhamos sido apresentados. "Foi naquele bar", dizia. "Aquele... ai, estou com o nome na ponta da língua...". Do momento em que estava com o nome na ponta da língua até ter lá a minha pichota foi um tirinho. Assim que entrámos na sua casa lançou-me para cima da cama, pronta para se lambuzar com o Pacheco, e pelo ar de sofreguidão brocheira que apresentava, acredito que marchava o Pacheco e mais um par de chotas. E foi quando estava entretido com o meu fellatiozinho, que reparei no estado gasto e decadente dos lençóis de cama. Não se convida ninguém para uma cambalhota épica com este enxoval de terceiro mundo. Sou um artista da pinada e preciso de condições. Pequenas coisas como uma má iluminação, um jogo de cama turco com borboto ou umas cuecas com o elástico lasso, são elementos capazes de colocar em risco uma prestação de nível cinematográfico, que é a isso que me proponho sempre. Como sei de antemão que não vamos voltar a pinar, pois "Uma vez é ocasional, duas é relacional", empresto uma vivacidade e autenticidade únicas, pois é um momento que não se vai voltar a repetir e quero que fiquem com uma memória histórica de uma queca digna de tela de cinema. Coisa impossível de atingir tendo como palco uns lençóis turcos de uma cor há muito levada pela voragem do tempo. Agora que penso nisso, devia ter percebido a dica de que me estava a meter em maus lençóis naquele preciso momento. É que sempre tive particular atenção à idade das mulheres que vou pinando. Se as mais novas são demasiado idealistas, as mais velhas são demasiado cínicas. É preciso articular cuidadosamente um meio termo. E descuidei-me com esta, pois tinha um corpo tão hipnotizante que mal liguei aos sinais de evidente tenra idade do seu rosto. É como diz o provérbio: "Rapariga nova é como o ananás. Em cima está verde, mas em baixo está capaz." 
Com o idealismo próprio da casa dos vintes a pulular hormonas acima, haviam de ver a batalha que tive de enfrentar para sair daquele redemoinho de lençóis ainda mais aviltante do que na hora em que entrei. Os lençóis devem facilmente ter triplicado os borbotos com a intensidade do esfreganço e até a cor parecia mais enfadonha depois de ter sido exposta ao meu ritmo frenético de bombada. Se bem que aquilo já nem sequer era cor. Aquilo era o máximo que a cor pode fazer quando quer renunciar a ser cor. E eu, que só queria entra nos meus lençóis de cetim francês, perfumados e sem uma única ruga de tecido. Mas não. Insistia que tinha de dormir lá, "aninhadinhos", que lhe devia isso depois dela me ter dado a cona. Ela não disse bem assim, mas estão a ver a ideia. Já idealizava novas pinadas completamente abismada com a quantidade de orgasmos que tinha tido. Parece que há meses que só apanhava tipos que se vinham antes dela atingir o clímax e agora, de papo-cheio, fazia planos de futuro sem pedir licença. Toma lá que é para aprenderes. Mas convenhamos. É o apanágio de ser um cavalheiro do pinanço. Nunca atiro o meu foguete antes da fresta.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Quem anda à vulva, molha-se

Esta estava sentada sozinha num restaurante a jantar, o que é praticamente o mesmo do que convidar-me a sentar. Estava entretida com os seus pensamentos enquanto comia uma broa de milho. Claro que por mim, sentava-me de pronto enquanto dizia em tom todo sedutor: “És podre de broa”. E depois ela achava graça e levava-me para casa. Claro que sei que isto só tem potencial de sucesso dentro do meu imaginário, por isso sentei-me suavemente e optei pela abordagem certa, correta e digna, dirigindo-lhe um elogio singelo mas pleno de significado, soltando assim en passant: “Sabes que és broa comó milho?” Pela primeira reação da mafarrica, agora penso que devia ter optado pela primeira abordagem. Mas entretanto já estava sentado, e antes que ela me mandasse embora, desatei a falar. Poucos minutos depois já estava enredada pela teia da minha conversa, que certamente lhe causa uma ligeira pocinha na cuequinha. Assim já quase a permitir um slide & splash à boca da cona. Mas depois detenho-me a pensar no Roland Barthes e no mito moderno da sedução, onde o caçador é que é seduzido, capturado e encantado pela imagem da presa, que capta a sua atenção. Há uma enorme equivalência entre o amor e a guerra, e nos dois trata-se de conquistar, de seduzir, de capturar. Cada vez que um sujeito cai de amores, retoma um pouco o tempo arcaico em que os homens deviam raptar a mulher (sempre passiva). Do modelo primitivo subsiste um vestígio público: aquele que foi seduzido é sempre "efeminado". Mas no mito atual, dá-se o contrário. O sedutor nada quer, nada faz; é imóvel e o caçador é que é o verdadeiro sujeito do rapto. Por esta altura já estou mais interessado em jogar a uma espécie de Quem é Quem deste jogo da sedução do que ir-lhe à pachacha. É que não aceito sentir-me uma presa desta porca da Brandoa. Uma coisa é conquistar o caminho para a pachacha de uma badalhoca dos subúrbios. É quase como que um desafio, ainda que bastante fácil. Outra é um gajo permitir-se ser caçado por uma. E o Patife não é fácil de sacar. Por isso aticei-lhe aqui o meu pilão de caça até a deixar sem dúvidas de quem tinha sido capturada, e deixei-a tão, mas tão excitada, que aquilo resultou numa avalanche orgástica de eleição. Mas que enxurrada de meita de gaja. Enfim… é a vida de caçador: Quem anda à vulva, molha-se.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

A Coelhinha da Páscoa

Nos últimos tempos ando particularmente atento às roupas com padrões de animais estampados. Noto que um número crescente de mulheres desfila na rua armada em animal de caça, num apelo explícito ao engate e ao avanço de qualquer predador natural, que não resiste a qualquer padrão da savana. É quase um efeito hipnótico. Eu cá caço-as, mas é mera caça recreativa. Não quero ficar com elas e levá-las para casa. Depois de caçadas, solto-as de volta para o seu meio natural de idealismo. No entretanto, trato-as muito bem. Quando não me pedem que as trate mal. Ontem passei por uma a subir pelo Chiado que levou este carnaval social a outro nível. Bamboleava rua acima com uma lustrosa estola de coelho, o que atiçou a raposa predadora que habita em mim. Oh filha, mascaras-te de animal de caça e claro que vais avivar o predador aqui à espreita. Bem sei que estamos na Quaresma, por isso percebo bem a dica que ela me está a dar. Sou um tipo muito atento a estas pequenas indicações sociais. Por isso, fiz dela a minha Coelhinha da Páscoa. Passei o domingo a esfolar-lhe o folar. 

terça-feira, 20 de março de 2018

Camelo polar

Quando uma mulher se veste com padrões de animais estampados nas roupas, está a comunicar a sua vontade de ser caçada. É toda uma simbologia tácita que aqui o Patife desvenda em três tempos. Quanto mais raro for o animal escolhido para padrão, maior o fervor de ser apanhada. E andam por aí, à solta, a exibir a sua disponibilidade para serem papadas pelo predador mais atento e eficaz, que normalmente sou eu. Este fim de semana, uma esteve a atiçar-me continuamente durante horas com uma camisa padrão de chita. Dali até casa dela era um instante, mas como desatou a chover apanhámos uma grande molha. Acho que foi a vez em que deixei uma mulher molhada mais depressa. Quando chegámos a casa dela, atirou-me uma toalha e uma t-shirt lavada e disse que se ia pôr “mais confortável”. Sei bem o conforto visual que normalmente esta expressão acaba por originar, com figurinos de rendas e lingeries provocadoras. E foi quando ela apareceu… de pijama polar. Assim a piscar o olho ao sexy-fofo, só que não. Eu sei que estamos no inverno. Sei que está frio. Mas esta transgressão do convívio sexual não é aceitável. Até percebo os pijamas de tecido polar quando se é casado há 10 anos. Aliás, essa é uma das muitas razões para não querer casar. Por isso é que a minha relação mais longa dura o tempo exato de uma pinada. Inteira. E olhem que são maratonas da esfrega. Longas caminhadas do pinanço. Agora, quando na primeira noite me aparece de pijama polar, com as calças de pelinho a arrepanhar-lhe as bordas da cona, sou capaz de jurar que me saltou um globo ocular. É que um camel-toe polar é contra-natura. É uma transgressão da teoria da evolução das espécies. É estar a brincar com a ordem da natureza. Estive para me ir embora com a afronta, até porque não sou nenhum bicho-papão. Mas tenho uma picha-papona. Por isso não descansei enquanto não lhe tirei o camelo das bordas da chona.

segunda-feira, 12 de março de 2018

A Tarzana

Esta tinha a mania que era selvagem. Um andar despudorado, uns cabelos pretos e revoltos, peito para a frente - coisa que me chamou particularmente a atenção e me fez de logo levantar o salpicão - dizia chamar-se Ana e que era muito diferente das outras que eu tinha conhecido. Não demorou muito para que na minha cabeça ficasse conhecida como a Tarzana. Tenho de arranjar múltiplos estratagemas para me lembrar dos nomes das moças que avio à berlaitada. A minha memória é coisa que não dá para nada. Claro que assim que lhe dei o epíteto de Tarzana, o meu imaginário começa a divagar e, enquanto ela fala de si, toda cheia de confiança, eu apenas a vejo a agarrar-se à minha liana cheia de convicção. Acto contínuo imaginário, estamos já numa orgia e ela anda a gritar como uma verdadeira Tarzana enquanto salta de liana em liana, até se fixar na minha grandiosa zarabatana. Uma das coisas que mais aprecio na minha imaginação é a arbitrariedade. Tanto pode num momento estar armada em amazona da goela a abocanhar-me a fartura, como no momento seguinte estar num bacanal de proporção épica, a foder sem qualquer ética. São estas pequenas coisas que me fazem entregar ao carácter inesgotável do murmúrio da imaginação. Claro que com tanta fixação pelo imaginário, nem reparei que a gaja era estrábica. E foi aí que uma dúvida inadiável me assolou. Será que “Tarzana” é agora o nome mais adequado para me lembrar desta mafarrica? Ou será que a devo memorizar como Cabra Cega? Como ela entretanto tirou as cuecas, a dúvida foi adiada para depois da selvajaria sexual a que a submeti. Foi até lhe endireitar o olho.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Havemos de fornicar juntos

Esta noite acordei com um pesadelo tenebroso. O José Luís Peixoto estava a editar os meus textos. Páginas e páginas com anotações repletas de candura, sonhos e ambições de amor eterno. Garanto-vos que acordei com urticária psicossomática e uma camada de nervos tão grande que a insónia se prolongou manhã adentro. Para me entreter, comecei a pensar que se o Patife editasse os textos do José Luís Peixoto, haviam de ter escrito textículos de profunda sensibilidade que se tornariam numa epopeia de exaltação nacional, envolta numa carapaça estilística mais dura que o meu bacamarte. E se o Patife editasse os textos do José Luís Peixoto, teriam saído coisinhas lindas assim:

Normalmente, toda a gente está demasiado preocupada em colocar a sua estaca na cliente seguinte, andam ansiosos, nervosos, têm medo que aquele que está à frente lhes leve os pares de mamas, têm medo de encontrar um vestígio daquele que chegou primeiro. Enquanto não lhes arrancam as cuecas e espetam a sua estaca, não descansam. Depois, não descansam também, inventam logo outras maneiras de entreter a doentia mente com quem pode vir a seguir a eles. É por isso que poucos chegam a aperceber-se de que a verdadeira imagem do fervor sexual acontece num momento muito bonito e delicado, naqueles breves segundos que antecedem o momento em que um gajo entra chona adentro.

As canções e os poemas ignoram isto. Elevam campos, abraços, passeios na praia, paisagens de falésias, emoções, estrelas no céu, paixões e trastes de guitarras, mas esse momento específico, com ela de cuecas no meio das pernas a tremelicar, tal a sofreguidão de o meter, que antecede o arrombar pela primeira vez de uma bardanasca é ignorado ostensivamente por todos os cantores e poetas românticos do mundo. Bem sei que no momento há a crueza das palmadas que se seguem, há o barulho infernal de quem está a levar uma bem dada, gemidos de “ai-ai-ai Patife que m´arrebentas as bordas da cona”, há o barulho dos meus taurinos tomates a embater nas sinuosas curvas das nádegas, arranhões e apertos, todo um manancial de ordinarice e devassidão na entrega momentânea, e a noção de que depois seremos dois estranhos que não voltarão a tocar-se. Mas tudo isto, à volta, num plano secundário, só deveria servir para elevar mais ainda a grandeza deste momento.

É muito fácil confundir uma queca banal com uma preciosa quando surgem simultâneas e quase sobrepostas. Essa é uma das mil razões que confirma a necessidade da experiência. Foder é muito diferente de ver foder ou imaginar foder. Pelos olhos, incendiados pela carícia da insónia, passam-nos as fodas que escolhemos uma a uma e os instantes futuros que tememos que se sucedessem se uma dessas escolhas se tornasse definitiva: quando a seguir ela estiver a tentar ligar sofregamente vezes sem conta, a perguntar por que não saímos novamente ou a querer saber “qual-foi-o-problema-parecia-estar-tudo-bem”, é que nos apercebemos que pinámos uma vez e agora parece que temos logo de ir tomar o pequeno-almoço, pôr roupa suja na máquina enquanto cantamos, lavar os dentes juntos refletidos pelo mesmo espelho enquanto a espuma escorre pelas beiças, em vez de estarem com a boca cheia da minha generosa meita, a comunicar por palavras de sílabas imperfeitas, como se tivessem ficado com uma deficiência na fala depois de ter o meu Pacheco na boca.

Ter alguém que saiba ter a nossa picha na boca é um descanso na alma. Essa tranquilidade faz falta, abranda a velocidade do tempo entre pinadas. É incompreensível que ninguém a cante.

As canções e os poemas de amor ignoram tanto acerca de pinar. Amor também é pinar por aí afora, sem freios nem espartilhos sociais, é brincar com a arbitrariedade e aprender com as pinadas menos boas. Talvez seja uma queca épica, talvez seja uma desgraça, não importa. Mamas são mamas e não haverá televisão alguma que me distraia daquilo. Se me virarem o rabo também serve. É essa a magia deste amor. Pelo caminho, vai-se pinando, e chega-se ao fim da vida a equilibrar uma torre de chonas aleatórias.

segunda-feira, 5 de março de 2018

O drama das cuecas desirmanadas

Palavra de honra que o drama das meias desirmanadas é uma ninharia fútil quando comparado ao problema que me assola há anos e que é verdadeiramente uma enorme dor de cabeça. É o drama das cuecas desirmanadas das donas, que me aflige. Tenho toda uma coleção de cuequinhas lá em casa, que foram esquecidas, deixadas propositadamente para trás, abandonadas à sua sorte, ou simplesmente desaparecidas em combate sexual. Por vezes penso que minha casa é uma espécie de triângulo das bermudas das cuecas. Assim que sai de perto da cona de sua dona, esconde-se num recanto qualquer da minha casa e por lá fica. A minha empregada é que as encontra, perdidas pelos cantos, todas amarfanhadas, certamente que a tentar voltar para casa após uma noite bem passada, numa espécie de walk of shame da lingerie. Dantes dizia para ela as deixar dentro de um vaso transparente e vazio que por lá tenho, mas depois começaram a ser tantas cuecas desirmanadas das donas que o vaso já não dava conta do recado. O que é elucidativo de que eu dou conta do pecado. Há cuecas com rendas, cuecas asa delta, cuecas-fisga, de nylon, de lycra, de algodão felizmente não, cuecas lassas, de rendinhas, cuecas de todas as cores que possam imaginar, enfim, cuecas que são a memória viva das minhas quecas. Quis acabar com este drama e este fim de semana, após encontrar mais uma cueca perdida pós-queca, decidi fazer uma máquina de cuecas desirmanadas para as entregar às respetivas chonas. Estão todas lavadas e dobradas numa gaveta, prontinhas a entregar à pachacha que as abandonou. Depois do primeiro passo, tento estabelecer relações e recorrer à memória para associar caras às cuecas, mas o máximo que consigo é associar a cueca à cona de onde as tirei. Mas depois falha-me o passo de associar a cona à sua dona. Agora tenho toda uma coleção de cuecas desirmanadas e perfumadas sem saber a quem as devolver. A próxima mafarrica que vier cá a casa pinar e no final não souber das suas cuecas, vou sugerir que leve uma das cuecas desirmanadas, a ver se dou cona disto. Pergunto-me se alguma ficará chateada…

quinta-feira, 1 de março de 2018

Foder é fogo que arde sem se ver

Há manhãs em que ainda não abri os olhos e o primeiro pensamento que povoa a minha mente é logo espetar a minha gaita na primeira bardanasca que me ocorrer. Depois, sento-me na cama, recordo que pinei na noite anterior e penso que devia ter uma espécie de neutralizador de palato entre chonas. Tento recordar o nome da moça, nome que gritei fervorosamente durante a noite, mas percebo que saiu da minha cabeça no momento em que ela fechou a porta de casa atrás de si. Penso de mim para mim: “Patife mau! Patife feio!” e viro-me para coisas bonitas e fofinhas como a poesia. Depois, imagino que se eu tivesse sido o editor do Camões, teriam sido criadas verdadeiras pérolas da literatura nacional capazes de integrar o programa escolar da língua portuguesa. E se isto tivesse acontecido, teriam saído coisinhas poéticas lindas assim:


Foder é fogo que arde sem se ver;
É picha que mói, e tudo sente;
É espetar penetrantemente;
É dor que só se aplaca a foder.

É um não querer mais que só foder;
É um saltar de cona em cona permanente;
É dar-lhes sempre aqui com a batente;
É um amar que se ganha para depois se perder.

É querer espetar quando se tem vontade;
É servir quem aparece, qual conquistador;
É não acreditar numa cara-metade;

Mas como pode este ardor;
Nos corações femininos causar saudade;
E eu apenas sentir-me pecador?

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Armas de distração massiva

Chamem-lhes o que quiserem: mamas, tetas, par de chuchas, marmelos, holofotes, air-bags, faróis da frente, pára-choques, prateleiras, bombocas, que o resultado será sempre o mesmo. O meu olhar vai acompanhá-las até as retinas ficarem eretas e aqui o Pacheco ficar tão robusto como um tronco de mogno. Não me culpem. Faz parte da natureza humana. Onde quer que ande um par de chuchas, haverá sempre um corrupio de homens prontos para o devassar com o olhar. Uns fazem pela calada. E esses são os piores. Há uns que chegam a criticar os homens que têm a honestidade de olhar com lânguido despudor sobre todo e qualquer declivado decote, os sonsos. Não compreendo a inibição, mas dou uma ajudinha à vossa consciência: As mamas foram criadas com o principal propósito de serem admiradas e a maioria das mulheres usa decotes, roupa e lingerie, pensadas somente para deixar todo e qualquer globo ocular a andar à roda. Eu cá fico logo com a cabeça a andar à foda. Mas isso é porque tenho uma sensibilidade de gnu, coisa própria de quem gosta muito de ir ao cu. Isto tudo a propósito do grandioso par de tetas que tive o engenho de profanar ao apalpão esta semana. Estava já de saída do Chiado, entretido comigo mesmo, quando as vejo passar, todas generosas e a clamar por atenção. A mafarrica que as passeava só a vi uns bons dez minutos depois, tal o efeito de fixação mamaçal. Ficámos fixados, olhos-nos-bicos e bicos-nos-olhos e aquilo só podia acabar em festa mamária. Assim foi. As mamas saracotearam na minha direcção – quase que posso jurar que as vi a bater palminhas – e tive de invocar toda a arte recreativa para manusear aquelas mamocas. Até deu aqui para o meu Pacheco fazer saltos de trampolim e bater castanholas com as ditas. Gostar de mamas grandes é fácil. O desafio está em saber o que fazer com elas. É assim um pouco como o amor. Ah, e cu. Mas isso abordo noutro dia. Por falar em bordas, ali vão umas a dançaricar Chiado abaixo. “Anda, Pacheco!”. E para que não restem dúvidas, sim, comi a mamalhuda. Como tinha um primo de visita, levei-a para a minha cave. Encavei-a toda.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Quando o rei faz ânus

Esta manhã acordei com um desejo fervoroso de meter aqui o pimpolho no primeiro entrefolho que me aparecesse à frente. É um desafio perigoso se pensarem bem, pois não podemos controlar a qualidade da marafona que nos surge primeiro diante da vista. Mas há dias em que um tipo deve ser fiel aos seus princípios e aos seus desejos. Além disso, como sempre segui o provérbio "A ocasião faz o tesão" decidi lançar-me à berlaitada na primeira crica que me desse os bons-dias. Assim foi. Desço as escadas do meu terceiro andar sem elevador, isto de olhos bem fechados para não trombar com a Dona Guilhermina, uma velha vizinha chata que tem todo o ar de ter cona de foca - com bigodes e a cheirar a peixe, portanto. Então lá fui descendo aos repelões e às apalpadelas, a agarrar tudo como se fossem as tetas da sueca do segundo direito, não fossem elas, quer dizer ela, aparecer pela escada e eu perder tal oportunidade mamaçal. Ainda nem tinha aberto a porta da rua e já estava a ouvir uma gargalhada feminina mesmo a passar em frente. Aquela mulher gargalhava como ninguém. Direi mesmo que tinha um bom gargalho. Já eu tenho algo foneticamente muito semelhante. Mas maior. Analisei em breves segundos a dita gargalhada e, como fiquei com a pichota bem-disposta, continuei o movimento de saída para a rua. De facto a gargalhada era boa, mas assim que interagimos e ela percebe as minhas porcalhotas intenções, mete um ar todo emproado e diz logo que “nem é preciso vir atrás”. É nestes momentos que pauso a vida por um instante e penso: “Oh filha, vais engolir essas palavras! E não vai ser a única coisa que vais engolir”. Por isso, e como o Patife é um homem de palavra, levou a sua avante. Já ela levou com a minha por detrás. É uma espécie de variação da expressão popular "Quando o rei faz ânus". Foi até fazer faísca.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Mamas ao ar!

No outro dia estava a chegar a casa após um duro e longo dia de caralho, quando inesperadamente me cai em cima da cabeça um soutien. Oh sorte, isto é que é sina. É que passei o dia inteiro a pinar com uma mafarrica casada e mal fodida, coisa que me obrigou a tirar todos os truques da cartola aqui do Pacheco para a deixar com a chona amestrada pelo menos durante uma semana. E o que mais me faltava era chegar a casa e ainda ter de andar à procura das mamas certas para aquele soutien. Foi um dia intenso e agora, cavalheiro e educado como sou, tenho de ir devolver o soutien que caiu, sabe-se lá de que estendal, ao par de mamas que o perdeu. Por momentos, de soutien nas mãos, entretenho-me a imaginar a andarem por aí umas mamocas perdidas à solta, pendidas sobre a minha imaturidade. Pelo soutien consegue-se saber muito sobre uma mulher. Eu cá, pouco quis saber sobre esta mulher em particular. Assim que percebi pelo tamanho da copa que devia sustentar uma bela chicha de teta, e apesar de ter sido um dia longo, quase tão longo como o bacamarte que hospedo entre as pernas, soube que tinha de ir devolver o soutien à rapariga e, claro, ver o par de chuchas que se acomodam dentro daquela peça de proporções generosas. Entre espreitar os estendais com roupa e uma pequena conversa com o merceeiro, rapidamente encontrei as mamas certas. Por breves instantes senti-me o príncipe da Cinderela das Chuchas, a andar de porta em porta para encontrar o par de tetas que cabia em tão elegante lingerie. Por fim lá a encontrei. Assim que me abriu a porta estendi o soutien devidamente dobrado e, ao reparar que ela estava com um top sem soutien, soltei um espontâneo e em tom policial: “Mamas ao ar!”. Entre a sua atrapalhação e o meu divertimento, entreguei o apara-tetas enquanto imaginava a rebaldaria que devia estar a ser debaixo do top, com mamas daquele calibre sem soutien para as controlar. Depois subi o olhar e reparei que, tirando a falta do soutien, a mafarrica tinha ar de beata. E como beata que se preze, no final do dia acabou na piça das sete.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Guelra das Estrelas

Ontem transgredi a minha ética sexual e papei uma millennial. Era tão novinha e tinha um ar tão frágil que tive receio de a partir só com o olhar. Ficou fatalmente sentada ao meu lado num jantar de alta sociedade a que recorrentemente sou convidado, estou em crer que por erro, e foi soltando sorrisos controlados e amordaçados pela sua polidez social a qualquer graçola que eu dizia, até que soltou um “Ai, Patife, as coisas que tu dizes…”. Oh filha, com as coisas que eu te diria ao ouvido ficavas a ovular. Agora que penso nisso devia mesmo ter segredado algumas quantas coisas à cachopa para ver a sua reacção. Mas há momentos em que um Patife tem de se controlar, por isso preferi continuar no humor ligeiro até terminar o jantar. Ainda não tinha terminado o segundo digestivo quando a rapariga, certamente com o vinho a trepar-lhe pelas bochechas da cona, me conduziu para fora do evento. Depressa percebi pela forma do seu arfar pré-coital, que estava prontíssima para o carnaval sexual que só o Pacheco consegue proporcionar. Mas o inimaginável estava a aguardar à boca de cena. Na verdade, à boca de cona. Assim que lhe arranco a lingerie à dentada, qual felino sedento de chona fresca, desvendo toda uma maquilhagem de glitter em forma de estrelas a enfeitar-lhe a pachacha. Como aquilo brilhava! Quase que posso jurar que fiquei encandeado. Onde já se viu, ofuscado por uma pachacha repleta de glitter! Isto sim, é a autêntica saga da Guelra das Estrelas. Embalado pelo momento, recordo um truque antigo, apago a lâmpada e enfio um preservativo luminoso, manejando o Pacheco como um majestoso Sabre de Luz enquanto recrio o som do movimento, antes de lhe entrar guelra adentro. É que já perdi muitas batalhas, mas nunca perco uma boa guelra.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Si a ti te gusta, a mi me encanta

Ontem conheci uma professora de espanhol num baile de máscaras. Estava mascarada de fada e tudo corria bem até eu ter tido a infeliz ideia de me armar em engraçadinho e proferir uma frase em castelhano. Estava ela, nitidamente, a olhar para o meu saliente papo de picha, que pululava ganga acima, quando solto num perfeitíssimo castelhano um clássico da antiguidade pornográfica: “Si a ti te gusta, a mi me encanta!” O problema é que não saiu num castelhano assim tão perfeito como soou na minha cabeça e a professora não se coibiu de, prontamente, me corrigir. Explicava ela que tinha de usar um determinado movimento de língua e mais não sei o quê que não ouvi porque me perdi no movimento da língua da senhora professora. Ora, aproveitei a deixa e pedi esclarecimentos para uma aula de língua espanhola. Sou um produto da escola da experiência, por isso solicitei lições práticas. Desconfio que estivesse saturada de dar aulas teóricas, dada a prontidão em aceitar a minha proposta, e com toda a suavidade social, conduzi-a a minha casa. E oh, meu deus. Aquela língua usou recursos estilísticos em torno do meu Pacheco só ao alcance dos predestinados da linguística. Faria chorar de inveja qualquer mestre da linguística, de Rousseau a Barthes. Não haveria trava-línguas que atrapalhasse toda aquela mestria. Claramente uma mulher talhada para lamber, e, mais importante, para mostrar como se lambe a quem quiser aprender. Como superior cavalheiro, apressei-me a agradecer a semiótica sexual. É que a senhora professora até pode ter começado a noite vestida de fada. Mas acabou mascarada de foda.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Curiosices não, foda-se

Não há uma forma educada de dizer isto. Da mesma forma que não há uma forma educada de foder. Haver até há, mas só de pensar nisso dá-me espasmos continuados no miocárdio e um tique nervoso na ponta da pichota, por isso vamos fazer de cona que não há. Não vou estar para aqui com meias palavras. Por isso, peço desculpa pelo que se vai passar a seguir. A sério que sim. Mas foda-se caralho pá, minha putaça desgovernada de chona lassa, ordinarona digna de montra embrulhada nesse corpo de lontra. A próxima vez, mil caralhos te fodam todos os dias à bruta e a seco, que me perguntares no que é que eu estou a pensar precisamente no micro-segundo após ter largado doses massivas de langonha entre o teu cu e a tua fronha, te garanto ó minha putanheira dum raio, aventesma que se mexe como uma lesma, rameira brocheira cheia de curiosidade fútil, que te dou a resposta mais sincera de todas só para ver a tua reação ao saberes que o que eu estou a pensar assim que acabo de te pinar, oh foda-se, é um misto entre as mamas da minha vizinha, a próxima chona fresca que vou aviar e a forma como te farei desaparecer da minha vista sem voltares a abrir essa boquinha de quenga do mato a não ser que seja para acomodar este bajolo novamente garganta abaixo. O Patife diz muito boa noite ou muito bom dia e vai para a rua engatar uma vadia.

Da série "Não, foda-se":

Meiguices não, foda-se
Queridices não, foda-se
Peluchices não, foda-se
"Lembidelas" não, foda-se

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Feliz Analversário

Todos os anos comemoro o meu analversário. No fundo sou um romântico que gosta de assinalar as datas festivas, como esta que marca o dia em que o Patife fez sexo anal pela primeira vez. Levo isso muito a sério e todos os anos saio à rua para encontrar uma mafarrica disposta a entrar nos festejos, enquanto eu entro na sua pandeireta. Desta vez, sento-me a beber um whisky quando ela aparece. Tinha os quadris mais sensuais e proeminentes que alguma vez tinha contemplado. Desde que entrou a bambolear no bar, saracoteando as ancas como uma enguia com o cio, já sabia que não ia descansar enquanto não lhe acomodasse o bom do Pacheco entre as nádegas.  A rapariga proporcionou um analversário digno de registo, mas no fim estava toda orgulhosa e armada em amazona da bufa por ter aguentado com o mítico Pacheco enfiado pelo rabo acima. Ora eu cá tenho uma reputação sexual a defender e não posso permitir que uma moçoila ache que acomodou toda a grandiosidade do Pacheco na pandeireta e sobreviveu para contar a história. Por isso apressei-me a refrear-lhe os ânimos: “Calma, princesa. Não é caso para tanta arrogância sexual, que nem metade do Pacheco entrou. Não passou da cabeça, estava a ser cortês”. Ui. Não gostou. Desata a disparar impropérios sem termo e aproxima-se de um elevado nível de histeria, naquele tonzinho em crescendo que algumas mulheres usam em determinados momentos da sua vida: “Cortês!? Cortês!? Estavas a sodomizar-me à bruta! O que tem isso de cortês!?!?”. O facto de ela ter estado a vir-se em cascata, descontrolada de prazer durante as últimas horas, não veio à baila nesta altura, vá-se lá saber porquê. Nem o de ter-me pedido para a tratar como uma "puta fodelhona" enquanto alojava o meu bajolo nas suas bimbas. O que nem seria heresia, digo-vos já. Destas pequenas coisas não teve ela dúvidas sobre o grau de cortesia e polidez social subjacentes. Mas pronto. Como sou um tipo com uma capacidade lógica notável, depressa percebi que a moça queria era poder dizer às amigas que tinha aguentado com o rabo no espeto do Patife, e que o facto de ter usado apenas meio-tarolo a fez sentir-se diminuída e indigna. Por isso, puxei-a novamente para mim e dei-lhe o maior aviamento de que há memória, desde que a memória seja curta. A esta distância, sou capaz de jurar que até a pachacha suspirou no fim.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Como fisgar o Patife

A preguiça é a mãe de todos os vícios. Mas mãe é mãe e é preciso respeitá-la. Como acordei cheio de preguiça, na mesma proporção que vontade de pinar, liguei o computador para ver se alguma das minhas amigas do Skype estava disponível para uma sessão voyeur. Por isso vesti-me, penteei-me e aprontei-me, pois sou um cavalheiro do digital. Quando estava pronto para a festa rija exibicionista, apercebo-me que já estou vestido e arranjado, por isso decidi ir antes engatar para o Chiado. Nem dois quarteirões tinha andado quando a encontrei. Tinha um ar de foliona sexual que não deixava ninguém indiferente e meia hora depois já estava toda embeiçada. Levei-a para casa a pensar naquelas beiças de volta do meu pincel, mas a estouvada da moça colocou-se logo na posição de cavaleira, pronta a montar-me como um puro sangue lusitano. Sempre que uma moça assume a posição de cavaleira tenho há anos na cabeceira da cama uma ventoinha que me apresso a ligar na direcção da rapariga, para dar um efeito visual mais cinematográfico. É maravilhoso vê-la a montar selvaticamente, com os cabelos a esvoaçar. Parece mesmo que está a galope. Mas após a galopada, a magana ousou dizer que queria “enroscar”. Só me apeteceu responder-lhe: "Ó filha, acabaste de me moer a rosca toda, não chega?”. Como nasci desprovido de um sistema de censura verbal, disse-o na mesma, porém, num tom simpático. Ficou logo azeda e pouco demorou a ir-se embora. Depois... estendo o meu corpo sobre a cama e entro em profundos dilemas morais e pensamentos de grande intensidade emocional e pergunto-me se alguma mulher me conseguirá verdadeiramente fisgar. Talvez. Com uma cona de pesca.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

A nádegas tantas

Normalmente fodo. Mas este fim de semana fui fodido. Estava em casa a entrar em parafuso, por isso precisei de ir à rua encontrar uma porca. Lá fui todo entretido beber uma cerveja ao Chiado enquanto aproveitei para apreciar as pandeiretas que passam. Para mim, estar sentado no Chiado é um pouco como um Tinder em tempo real mas concentrado em rabos. Vou-os deixando passar até surgir um que me desperte. E lá passou um todo empinado e fresco, como que a suplicar por uma palmada de qualidade superior. Uma gaja que anda na rua daquela maneira a espetar o rabo tem de estar ansiosa para que um tipo fique com vontade de lhe espetar o nabo. Não acredito noutra hipótese. Por isso lá fui, como cavalheiro atento a estas pequenas cortesias sociais. Deixar passar um rabo que se empina daquela maneira, roçaria a falta de educação, quando a única coisa que quero roçar é aqui este totem fálico naquela altiva pandeireta. Assim que enceto conversa e a convido para sentar, a moça, sabida, manda-me logo baixar a bola. Que é logo coisa para eu levantar a tola. Era toda desempoeirada e a nádegas tantas lá quebrei as minhas regras, entreguei-me à sorte e deixei que ela conduzisse. Era forte e determinada. Sabia o que queria e o que fazia, trocámos mais um par de frases desnecessárias e lá fomos parar a casa dela. Tinha o quarto todo armado para uma pranchada à estouvada, daquelas em que vale tudo e não sobra nada. Encolhi os ombros como quem diz: “Vim meter-me na toca da loba...” e por isso apressei-me a mostrar-lhe o meu capuchinho vermelho. Possessa da pachacha, a mafarrica lançou-se como uma loba faminta devorando-me como se não houvesse amanhã. Ainda estive para lhe perguntar, ao jeito dos clássicos contos de fodas: “Olha lá, porque é que tens uma pachacha tão grande?”. Mas achei mais sensato continuar a pinar. Estava eu entretido a contar as bombadas por minuto a que a senisga da moça estava a ser sujeita, quando me recordo que tinha sido a sua bilha que me tinha atiçado inicialmente. Deixar um rabo daqueles sem a atenção necessária seria, no mínimo, um ultraje sexual e uma falta de cortesia sem limites. Por isso, enchi o peito, segurei-lhe nas pegas, virei-a ao contrário e pensei: “Agora é que esta porca torce o rabo”. Dada a intensidade da pinada, até os vizinhos fumaram um cigarro no fim, tal a selvajaria do meu entusiasmo.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Mulheres de pêlo na venta

Esta manhã acordei com um espalhafato bairrista à minha porta. Ainda mal tinha iniciado o processo de apaziguamento do morning glory do meu pincel, que me obriga a fazer o pino todas as manhãs para conseguir acertar na sanita, quando ouço o bradar do meu nome, em exaltação total: “Anda cá, Patife! Abre a porta que temos de falar! Não julgues que te escapas assim. Eu não sou como as outras. Não aceito isto! Se não me queres mais, vais ter de me dizer isso nos olhos. Isso de pinar e zarpar é para as gajas da margem sul!”. Curiosamente nenhuma mulher da margem sul me fez um espetáculo de pé de chinelo destes à porta de casa. Mas pronto. Podia ser do fraco raciocínio matinal mas nunca percebi esta mania do dizer as coisas nos olhos. Achas que o discurso muda por ter a tua linda cara à minha frente, patetinha? Olha lá, não posso só assomar-me à janela e dizer-te para ires para casa, que não estou assim tão interessado? Eu acho que só tenho paciência para aturar estas coisas porque reconheço que quem leva com este portentoso bacamarte, secundado por um menear de ancas digno de ginasta olímpico, depois fica “ó-cio ó-cio que não consigo agora voltar para aquelas coisinhas murchas e enfadonhas”. Tento ser compreensivo porque lhes dei a conhecer um admirável fundo novo e depois têm medo de não encontrar uma pichota que lhes preencha o vazio criado pelo meu bordalo de proporções epopeicas. Daí a histeria que algumas não sabem gerir e eu tenho o cavalheirismo e acto cívico de a tentar aplacar. Por isso, mandei-a subir. Ouvia-lhe os passos a subir as escadas, trémulos, apesar de vir a treinar o discurso, que bem a ouvi entrementes. Uma vez cá em cima a ira parecia ter desaparecido. Quase que lhe encontrei um olhar terno. Mas eu cá sou sabido e sei que aquilo ainda lhe está ali à boca de cena a arder no peito. Como não queria prolongar o jogo, expliquei-lhe simplesmente que para o Patife uma vez é ocasional, duas é relacional. Ui. O que fui dizer. Aquela estouvada da crica, possessa da pachacha, pantufeira de bocarra brocheira, devassa de bardanasca lassa, ficou com os olhos raiados de sangue, vociferando que as coisas não são assim e que ela é diferente e que não permite coisas destas porque é uma mulher que se dá ao respeito e muito senhora de si. A forma como a aviei à canzana a noite passada perante uma chuva de impropérios sexuais tira-lhe alguma credibilidade. Depois acabei por finalmente conseguir abrir os olhos ainda meio-adormecidos e reparei no seu singular rosto sob a luz solar que entra alaranjada e morna pela minha sala adentro e se desmancha em cheio na sua face esquerda. E tudo se iluminou. Não me entres de manhã pela casa a dizer que és uma mulher cheia de pêlo na venta, quando na verdade o que tens é buço.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Kardashian de Bucelas

Esta anda sempre com o iPhone 8 em riste. Diz que é um instrumento de trabalho mas só a vejo tirar selfies que publica sofregamente nas redes sociais. Durante o jantar deixou arrefecer todos os pratos para os fotografar, enquanto eu comia perante o seu ar de desfaçatez por ter começado antes dela. Consegue falar mais do que eu, que é coisa que me deixa profundamente aborrecido, só pelo facto de não a querer conhecer assim tão bem. Nenhuma pinada vale este tormento. O problema é que sempre que penso isto, parece que ela se curva de propósito e eu fico petrificado a olhar para as suas mamas pendidas sobre a minha imaturidade. Diz que os homens são todos fúteis e obcecados pelo físico enquanto emproa o busto e comprime os lábios para tirar mais uma selfie e publicar numa rede social qualquer. Acha-se uma espécie de Kardashian de Bucelas, com uma legião de saloios seguidores interessados em saber sempre onde ela está e o que está a fazer. Estranhamente isto excita-me, pois penso que irá fazer o mesmo quando estivermos a pinar, uma vez que não houve uma ação durante todo este encontro que não fosse registada pela câmara do telefone. Duvido que a câmara tenha amplitude para apanhar aqui o meu Pacheco na sua totalidade, mas sou muito pilogénico, pelo que não me incomoda. Diz que gostava de tratar os homens da mesma forma que eles tratam as mulheres, como se fossem meros nacos de carne sem sentimentos, para ver se gostavam. Tento encorajar o comportamento desde logo, mas já vai lançada na catadupa de disparos sinápticos feministas e nem me ouve. Não se cansa de dizer que despeita a maioria dos homens, essa “sub-espécie de raciocínio básico”, enquanto vai lendo em voz alta, com elevado entusiasmo, os comentários elogiosos dos homens às selfies que entretanto publicou. Ficaria confuso com isto, se não me estivesse profusamente nas tintas para ela. Pediu a sobremesa, presumo que apenas para a fotografar, pois mal a provou.

Conduz que nem uma louca A8 afora até Bucelas para me oferecer um “digestivo único” que lá tem. Esforcei-me por acreditar que me conduziria de forma igualmente estouvada na cama para me abstrair do risco de acidente iminente. Curiosamente não parava de falar e de gabar as suas capacidades ao volante, mais uma prova contrária aos argumentos desses malandros do sexo masculino que menorizam as mulheres na arte de manobrar um automóvel. Eu vou rezando por dentro, fixando-me cada vez mais no seu decote enquanto as tetas bamboleiam com as guinadas do carro, para me abstrair do perigo. Por momentos desconfio que só me quer para usar aqui o Pacheco como “pau de selfie”, dada a fama da sua avantajada dimensão. 

Por fim chegámos e confesso que já perdi a vontade do digestivo. Também teria perdido a vontade de pinar, caso não tivesse visto que ela não estava a usar cuecas quando saiu do carro. Há qualquer coisa numa mulher de vestido sem cuecas em contexto social que deixa o cérebro masculino reduzido à capacidade de raciocínio de uma alforreca com o cio. Estes pequenos momentos de lucidez podiam incomodar-me e obrigar-me a alterar a minha conduta. Mas não descansei enquanto não a fiz gemer a suplicar que a tratasse como uma puta.