terça-feira, 20 de março de 2018
Camelo polar
Quando uma
mulher se veste com padrões de animais estampados nas roupas, está a comunicar a
sua vontade de ser caçada. É toda uma simbologia tácita que aqui o Patife
desvenda em três tempos. Quanto mais raro for o animal escolhido para padrão,
maior o fervor de ser apanhada. E andam por aí, à solta, a exibir a sua
disponibilidade para serem papadas pelo predador mais atento e eficaz, que
normalmente sou eu. Este fim de semana, uma esteve a atiçar-me continuamente durante
horas com uma camisa padrão de chita. Dali até casa dela era um instante, mas
como desatou a chover apanhámos uma grande molha. Acho que foi a vez em que
deixei uma mulher molhada mais depressa. Quando chegámos a casa dela, atirou-me
uma toalha e uma t-shirt lavada e disse que se ia pôr “mais confortável”. Sei
bem o conforto visual que normalmente esta expressão acaba por originar, com
figurinos de rendas e lingeries provocadoras. E foi quando ela apareceu… de
pijama polar. Assim a piscar o olho ao sexy-fofo, só que não. Eu sei que
estamos no inverno. Sei que está frio. Mas esta transgressão do convívio sexual
não é aceitável. Até percebo os pijamas de tecido polar quando se é casado há
10 anos. Aliás, essa é uma das muitas razões para não querer casar. Por isso é
que a minha relação mais longa dura o tempo exato de uma pinada. Inteira. E
olhem que são maratonas da esfrega. Longas caminhadas do pinanço. Agora, quando
na primeira noite me aparece de pijama polar, com as calças de pelinho a
arrepanhar-lhe as bordas da cona, sou capaz de jurar que me saltou um globo
ocular. É que um camel-toe polar é contra-natura. É uma transgressão da teoria
da evolução das espécies. É estar a brincar com a ordem da natureza. Estive para
me ir embora com a afronta, até porque não sou nenhum bicho-papão. Mas tenho
uma picha-papona. Por isso não descansei enquanto não lhe tirei o camelo das
bordas da chona.
segunda-feira, 12 de março de 2018
A Tarzana
Esta tinha a mania que era selvagem. Um andar despudorado, uns cabelos pretos e revoltos, peito para a frente - coisa que me chamou particularmente a atenção e me fez de logo levantar o salpicão - dizia chamar-se Ana e que era muito diferente das outras que eu tinha conhecido. Não demorou muito para que na minha cabeça ficasse conhecida como a Tarzana. Tenho de arranjar múltiplos estratagemas para me lembrar dos nomes das moças que avio à berlaitada. A minha memória é coisa que não dá para nada. Claro que assim que lhe dei o epíteto de Tarzana, o meu imaginário começa a divagar e, enquanto ela fala de si, toda cheia de confiança, eu apenas a vejo a agarrar-se à minha liana cheia de convicção. Acto contínuo imaginário, estamos já numa orgia e ela anda a gritar como uma verdadeira Tarzana enquanto salta de liana em liana, até se fixar na minha grandiosa zarabatana. Uma das coisas que mais aprecio na minha imaginação é a arbitrariedade. Tanto pode num momento estar armada em amazona da goela a abocanhar-me a fartura, como no momento seguinte estar num bacanal de proporção épica, a foder sem qualquer ética. São estas pequenas coisas que me fazem entregar ao carácter inesgotável do murmúrio da imaginação. Claro que com tanta fixação pelo imaginário, nem reparei que a gaja era estrábica. E foi aí que uma dúvida inadiável me assolou. Será que “Tarzana” é agora o nome mais adequado para me lembrar desta mafarrica? Ou será que a devo memorizar como Cabra Cega? Como ela entretanto tirou as cuecas, a dúvida foi adiada para depois da selvajaria sexual a que a submeti. Foi até lhe endireitar o olho.
quinta-feira, 8 de março de 2018
Havemos de fornicar juntos
Esta noite acordei com um pesadelo tenebroso. O José Luís Peixoto estava a editar os meus textos. Páginas e páginas com anotações repletas de candura, sonhos e ambições de amor eterno. Garanto-vos que acordei com urticária psicossomática e uma camada de nervos tão grande que a insónia se prolongou manhã adentro. Para me entreter, comecei a pensar que se o Patife editasse os textos do José Luís Peixoto, haviam de ter escrito textículos de profunda sensibilidade que se tornariam numa epopeia de exaltação nacional, envolta numa carapaça estilística mais dura que o meu bacamarte. E se o Patife editasse os textos do José Luís Peixoto, teriam saído coisinhas lindas assim:
Normalmente, toda a gente está demasiado preocupada em colocar a sua estaca na cliente seguinte, andam ansiosos, nervosos, têm medo que aquele que está à frente lhes leve os pares de mamas, têm medo de encontrar um vestígio daquele que chegou primeiro. Enquanto não lhes arrancam as cuecas e espetam a sua estaca, não descansam. Depois, não descansam também, inventam logo outras maneiras de entreter a doentia mente com quem pode vir a seguir a eles. É por isso que poucos chegam a aperceber-se de que a verdadeira imagem do fervor sexual acontece num momento muito bonito e delicado, naqueles breves segundos que antecedem o momento em que um gajo entra chona adentro.
As canções e os poemas ignoram isto. Elevam campos, abraços, passeios na praia, paisagens de falésias, emoções, estrelas no céu, paixões e trastes de guitarras, mas esse momento específico, com ela de cuecas no meio das pernas a tremelicar, tal a sofreguidão de o meter, que antecede o arrombar pela primeira vez de uma bardanasca é ignorado ostensivamente por todos os cantores e poetas românticos do mundo. Bem sei que no momento há a crueza das palmadas que se seguem, há o barulho infernal de quem está a levar uma bem dada, gemidos de “ai-ai-ai Patife que m´arrebentas as bordas da cona”, há o barulho dos meus taurinos tomates a embater nas sinuosas curvas das nádegas, arranhões e apertos, todo um manancial de ordinarice e devassidão na entrega momentânea, e a noção de que depois seremos dois estranhos que não voltarão a tocar-se. Mas tudo isto, à volta, num plano secundário, só deveria servir para elevar mais ainda a grandeza deste momento.
É muito fácil confundir uma queca banal com uma preciosa quando surgem simultâneas e quase sobrepostas. Essa é uma das mil razões que confirma a necessidade da experiência. Foder é muito diferente de ver foder ou imaginar foder. Pelos olhos, incendiados pela carícia da insónia, passam-nos as fodas que escolhemos uma a uma e os instantes futuros que tememos que se sucedessem se uma dessas escolhas se tornasse definitiva: quando a seguir ela estiver a tentar ligar sofregamente vezes sem conta, a perguntar por que não saímos novamente ou a querer saber “qual-foi-o-problema-parecia-estar-tudo-bem”, é que nos apercebemos que pinámos uma vez e agora parece que temos logo de ir tomar o pequeno-almoço, pôr roupa suja na máquina enquanto cantamos, lavar os dentes juntos refletidos pelo mesmo espelho enquanto a espuma escorre pelas beiças, em vez de estarem com a boca cheia da minha generosa meita, a comunicar por palavras de sílabas imperfeitas, como se tivessem ficado com uma deficiência na fala depois de ter o meu Pacheco na boca.
Ter alguém que saiba ter a nossa picha na boca é um descanso na alma. Essa tranquilidade faz falta, abranda a velocidade do tempo entre pinadas. É incompreensível que ninguém a cante.
As canções e os poemas de amor ignoram tanto acerca de pinar. Amor também é pinar por aí afora, sem freios nem espartilhos sociais, é brincar com a arbitrariedade e aprender com as pinadas menos boas. Talvez seja uma queca épica, talvez seja uma desgraça, não importa. Mamas são mamas e não haverá televisão alguma que me distraia daquilo. Se me virarem o rabo também serve. É essa a magia deste amor. Pelo caminho, vai-se pinando, e chega-se ao fim da vida a equilibrar uma torre de chonas aleatórias.
Normalmente, toda a gente está demasiado preocupada em colocar a sua estaca na cliente seguinte, andam ansiosos, nervosos, têm medo que aquele que está à frente lhes leve os pares de mamas, têm medo de encontrar um vestígio daquele que chegou primeiro. Enquanto não lhes arrancam as cuecas e espetam a sua estaca, não descansam. Depois, não descansam também, inventam logo outras maneiras de entreter a doentia mente com quem pode vir a seguir a eles. É por isso que poucos chegam a aperceber-se de que a verdadeira imagem do fervor sexual acontece num momento muito bonito e delicado, naqueles breves segundos que antecedem o momento em que um gajo entra chona adentro.
As canções e os poemas ignoram isto. Elevam campos, abraços, passeios na praia, paisagens de falésias, emoções, estrelas no céu, paixões e trastes de guitarras, mas esse momento específico, com ela de cuecas no meio das pernas a tremelicar, tal a sofreguidão de o meter, que antecede o arrombar pela primeira vez de uma bardanasca é ignorado ostensivamente por todos os cantores e poetas românticos do mundo. Bem sei que no momento há a crueza das palmadas que se seguem, há o barulho infernal de quem está a levar uma bem dada, gemidos de “ai-ai-ai Patife que m´arrebentas as bordas da cona”, há o barulho dos meus taurinos tomates a embater nas sinuosas curvas das nádegas, arranhões e apertos, todo um manancial de ordinarice e devassidão na entrega momentânea, e a noção de que depois seremos dois estranhos que não voltarão a tocar-se. Mas tudo isto, à volta, num plano secundário, só deveria servir para elevar mais ainda a grandeza deste momento.
É muito fácil confundir uma queca banal com uma preciosa quando surgem simultâneas e quase sobrepostas. Essa é uma das mil razões que confirma a necessidade da experiência. Foder é muito diferente de ver foder ou imaginar foder. Pelos olhos, incendiados pela carícia da insónia, passam-nos as fodas que escolhemos uma a uma e os instantes futuros que tememos que se sucedessem se uma dessas escolhas se tornasse definitiva: quando a seguir ela estiver a tentar ligar sofregamente vezes sem conta, a perguntar por que não saímos novamente ou a querer saber “qual-foi-o-problema-parecia-estar-tudo-bem”, é que nos apercebemos que pinámos uma vez e agora parece que temos logo de ir tomar o pequeno-almoço, pôr roupa suja na máquina enquanto cantamos, lavar os dentes juntos refletidos pelo mesmo espelho enquanto a espuma escorre pelas beiças, em vez de estarem com a boca cheia da minha generosa meita, a comunicar por palavras de sílabas imperfeitas, como se tivessem ficado com uma deficiência na fala depois de ter o meu Pacheco na boca.
Ter alguém que saiba ter a nossa picha na boca é um descanso na alma. Essa tranquilidade faz falta, abranda a velocidade do tempo entre pinadas. É incompreensível que ninguém a cante.
As canções e os poemas de amor ignoram tanto acerca de pinar. Amor também é pinar por aí afora, sem freios nem espartilhos sociais, é brincar com a arbitrariedade e aprender com as pinadas menos boas. Talvez seja uma queca épica, talvez seja uma desgraça, não importa. Mamas são mamas e não haverá televisão alguma que me distraia daquilo. Se me virarem o rabo também serve. É essa a magia deste amor. Pelo caminho, vai-se pinando, e chega-se ao fim da vida a equilibrar uma torre de chonas aleatórias.
segunda-feira, 5 de março de 2018
O drama das cuecas desirmanadas
Palavra de honra que o
drama das meias desirmanadas é uma ninharia fútil quando comparado ao problema
que me assola há anos e que é verdadeiramente uma enorme dor de cabeça. É o
drama das cuecas desirmanadas das donas, que me aflige. Tenho toda uma coleção
de cuequinhas lá em casa, que foram esquecidas, deixadas propositadamente para
trás, abandonadas à sua sorte, ou simplesmente desaparecidas em combate sexual.
Por vezes penso que minha casa é uma espécie de triângulo das bermudas das
cuecas. Assim que sai de perto da cona de sua dona, esconde-se num recanto
qualquer da minha casa e por lá fica. A minha empregada é que as encontra,
perdidas pelos cantos, todas amarfanhadas, certamente que a tentar voltar para
casa após uma noite bem passada, numa espécie de walk of shame da lingerie. Dantes
dizia para ela as deixar dentro de um vaso transparente e vazio que por lá
tenho, mas depois começaram a ser tantas cuecas desirmanadas das donas que o vaso
já não dava conta do recado. O que é elucidativo de que eu dou conta do pecado. Há cuecas com rendas, cuecas
asa delta, cuecas-fisga, de nylon, de lycra, de algodão felizmente não, cuecas
lassas, de rendinhas, cuecas de todas as cores que possam imaginar, enfim,
cuecas que são a memória viva das minhas quecas. Quis acabar com este drama e
este fim de semana, após encontrar mais uma cueca perdida pós-queca, decidi fazer
uma máquina de cuecas desirmanadas para as entregar às respetivas chonas. Estão
todas lavadas e dobradas numa gaveta, prontinhas a entregar à pachacha que as abandonou.
Depois do primeiro passo, tento estabelecer relações e recorrer à memória para
associar caras às cuecas, mas o máximo que consigo é associar a cueca à cona de
onde as tirei. Mas depois falha-me o passo de associar a cona à sua dona. Agora
tenho toda uma coleção de cuecas desirmanadas e perfumadas sem saber a quem as
devolver. A próxima mafarrica que vier cá a casa pinar e no final não souber
das suas cuecas, vou sugerir que leve uma das cuecas desirmanadas, a ver se dou
cona disto. Pergunto-me se alguma ficará chateada…
quinta-feira, 1 de março de 2018
Foder é fogo que arde sem se ver
Há manhãs em
que ainda não abri os olhos e o primeiro pensamento que povoa a minha mente é logo
espetar a minha gaita na primeira bardanasca que me ocorrer. Depois, sento-me
na cama, recordo que pinei na noite anterior e penso que devia ter uma espécie
de neutralizador de palato entre chonas. Tento recordar o nome da moça, nome
que gritei fervorosamente durante a noite, mas percebo que saiu da minha cabeça
no momento em que ela fechou a porta de casa atrás de si. Penso de mim para mim:
“Patife mau! Patife feio!” e viro-me para coisas bonitas e fofinhas como a
poesia. Depois, imagino que se eu tivesse sido o editor do Camões, teriam sido
criadas verdadeiras pérolas da literatura nacional capazes de integrar o
programa escolar da língua portuguesa. E se isto tivesse acontecido, teriam
saído coisinhas poéticas lindas assim:
Foder é fogo
que arde sem se ver;
É picha que mói, e tudo sente;
É espetar penetrantemente;
É dor que só se aplaca a foder.
É um não querer mais que só foder;
É um saltar de cona em cona permanente;
É dar-lhes sempre aqui com a batente;
É um amar que se ganha para depois se perder.
É querer espetar quando se tem vontade;
É servir quem aparece, qual conquistador;
É não acreditar numa cara-metade;
Mas como pode este ardor;
Nos corações femininos causar saudade;
E eu apenas sentir-me pecador?
É picha que mói, e tudo sente;
É espetar penetrantemente;
É dor que só se aplaca a foder.
É um não querer mais que só foder;
É um saltar de cona em cona permanente;
É dar-lhes sempre aqui com a batente;
É um amar que se ganha para depois se perder.
É querer espetar quando se tem vontade;
É servir quem aparece, qual conquistador;
É não acreditar numa cara-metade;
Mas como pode este ardor;
Nos corações femininos causar saudade;
E eu apenas sentir-me pecador?
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