quinta-feira, 29 de julho de 2010

Bocamões

Nas últimas crónicas do Patife tenho lido alguns comentários em que me acusam de ser um ordinareco e um devasso que não respeita as mulheres e mais não sei o quê de ladrar mas não morder, tudo coisas que o Patife assumiu desde a primeira hora, para que ninguém tivesse dúvidas. Mas o merecido respeito pela delicada sensibilidade dos leitores e das leitoras que todas as terças e quintas me brindam com a sua visita e com as suas palavras impele-me a virar para coisas bonitas. Como a poesia. Este post é para vocês. Por isso, hoje acordei a pensar que se o Bocage e o Camões fossem um só haviam de ter saído pérolas literárias dignas de elevar a poesia nacional a um nível inigualável. Se o Camões e o Bocage fossem um só, Portugal, inspirado pelo mote lírico renascentista-satírico, teria conquistado o Mundo e iniciado a época Renascentírica, tornando-se num império dominador (e não submisso). Se o Camões e o Bocage fossem um só teriam certamente criado coisinhas poéticas lindas assim:

Descalça vem à minha fonte
Leonor pela verga dura;
Vem formosa e sem secura.

Leva com a cabeça no pote,
O testo e as mãos na rata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Peito a espreitar pelo decote,
Está aberta e ninguém a segura.
Vem formosa e sem secura.

Abre toda a boca e a garganta,
Língua de ouro entrançado
Comprida de cor de encarnado,
Tão linda que o falo espanta.
Chove nela meita tanta,
Que dá graças à verga dura.
Vai-se formosa e sem secura.

Um poema destes teria sido facilmente considerado Património Sexual da Humidade. É o que eu acho. E com isto o Patife vai de férias. Obrigado por uma primeira temporada fantástica. Até Setembro. ;)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Hospedeira de Bordas

Sempre achei muita piada àquela gente que diz apenas precisar de amor e uma cabana para ser feliz. Por mim só preciso de humor e uma bacana. Bem sacana, de preferência. Assim como a Hospedeira de Bordo que conheci a semana passada. Se bem que aquilo era mais uma Hospedeira de Bordas. Ia toda lampeira na rua a passear um cão daqueles ridículos, muito pequenos e mariquinhas, como se fosse um acessório de moda. É que eu sempre gostei muito de cães. Mas dos de caça. E tenho uma paixão por perdigueiros. Muito por culpa do Pacheco que é um pilão de caça. De raça perdigaita. Já me dispersei, não foi? É o costume. Dizia eu: Estas são muito fáceis de engatar. Começa-se a falar, não com elas, mas com o canito num tom de voz parvo e dengoso e elas derretem-se todas. Até fazem pocinha. Devem pensar que também vou falar da mesma forma com a passarinha delas, por contágio zoófilo ou assim. Mas o Patife não é desses e assim que pedem para a tratar por passarinha, pombinha, ratinha ou qualquer outro diminutivo animalesco só me apetece dizer: Ó filha, se não te calas com isso meto-te aqui o marreta na parreca até ficares com uma marreca. Mas depois ainda pensavam que aquilo era uma promessa e lá ficava a minha palavra em cheque. O que levantava aqui um problema que eu tenho entre as minhas pernas e a roçar no chão: O Pacheco é um pouco como o Pinóquio. Quanto mais minto mais ele cresce. Continuando, o Patife tinha passado aquele dia em entrevistas por isso apenas apetecia dizer-lhe: Olhe, entredispa-se. Mas achei que seria muito directo dizer aquilo assim na rua, por isso foi exactamente o que disse. Ela sorriu e confessou: Isto hoje promete. E eu gosto de noites que prometem. Quase tanto como das noites em que mo metem. Ou pelo menos eu esforço-me por acreditar que foi isso que ela disse porque passados quinze minutos já estávamos a brincar às canzanas, por mero efeito de sugestão. No final ela estava exausta e já não dava uma para a caixa. Já o Pacheco ainda lhe deu mais duas na caixa antes de sair bordas-fora.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Pinadora Eléctrica

Sei que pensam que o Patife fode por qualquer razão. Mas não. O Patife só fode por apenas duas únicas razões: Por tudo e por nada. E esta é uma história em que o Patife pinou por causa da primeira razão: Por tudo. Estava eu sentadinho no meu amado Chiado a beber um café cheio – tão cheio como fica a alcofa das moças que me amarfanham o Pacheco – e eis que a vejo passar, ao longe. O vento soprava na direcção certa e até a música dava um toque cinematográfico ao seu andar. Pelo modo de andar via-se claramente que estava com calores vaginais. E claro. Quem tem calores vaginais ao passarinhar – ou seja, passear a passarinha – pelo Chiado é uma cabra de primeira. Gosto muito de vendar estas. Sempre dá para brincar à cabra-cega. E o Patife é a favor de reminiscências de infância. Mas continuando: Ela vertia sensualidade a cada passo. Era cá uma brasa que só me apetecia puxar aquela brasa aqui à minha sardinha. Não a puxei mas puxei conversa, o que foi remédio tanso. Daí a minha casa foi um pulo e foi pulo e meio para ficar a saber que a moça era uma devassa, coisa que se percebia por ter a regueifa lassa. Tanto que até fiquei com urticária nervosa nos pêlos do rêgo. A nalgadas tantas, ela brada: Grita pelo meu nome, grita pelo nome! - Oh filha, isso era se eu o soubesse - É Margarida, é Margarida, dizia ela numa métrica que encaixava na perfeição no meu ritmo de traulitada. Na verdade devia chamar-se Margarina pois sempre que lhe metia o Pacheco na faneca ela derretia-se. O que era um saralho daqueles pois com tanta humidade chonal ainda me constipava o bicho. O verdadeiro problema é que a Margarida mais parecia uma Pinadora Eléctrica – com ancas que saracoteavam qual martelo pneumático assim que lhe enfiava o Pacheco na tomada- o que misturado com o excesso de humidade que lhe saía por todos os poros, criou um curto circuito que afectou dez quarteirões. No final, o Patife despediu-se com o cavalheirismo do costume: Se amanhã acordares com dores de barriga não te assustes. É que isto é um pau de virar tripas.

terça-feira, 20 de julho de 2010

A Esfera

O tempo começa a ficar mais quente que o Pacheco em dia de festa rija, as gajas começam a descascar-se e o Patife começa a enfrascar-se. É uma trilogia terrível que nem sempre acaba bem. O Patife enfrasca-se demais, começa a ter miragens e qualquer gaja mal-amanhada mais parece uma sensual gata assanhada. Mesmo sabendo disso, todos os anos lá há uma noite em que o Patife não se esquiva de papar uma Esfera. E o que é uma esfera?, perguntam vocês, seus ordinarolas, impacientemente. Na Escala Sexual do Patife, uma Esfera é o patamar mais baixo e desprezível da sensualidade, a classificação mais reles, o plano Z do desespero. Enfim, que dizer mais? É uma Esfera – Não tem ponta por onde se lhe pegue. Em sentido oposto está a classificação de CB (Cabra Brocheira) que rivaliza de perto pelo topo da Escala com a AD (se não se lembram, shame on you mas podem refrescar a memória aqui). Mas após sete whiskeys a visão do Patife fica distorcida o que me leva a ficar com a verga torcida. O pior são os momentos de lucidez que focam a vista. Ontem estava eu a berlaitar na senisga de uma Esfera quando consigo focar o trambolho que gemia como uma porca a caminho da matança. Ainda penso: Foda-se... andei a noite toda a pensar em aviar uma Cabra Brocheira e agora estou a ser afinfado por uma vaca leiteira? O Pacheco não é um desertor por isso quero é despachar o assunto e imprimo um ritmo tão acelerado de rapidinha que devo ter accionado todos os radares de velocidade das proximidades. No final de conas, ela andava a ver se ficava com o meu número e tentou tirar-me nabos da púcara. Já eu, como sou do contra, não queria acreditar que lhe tinha metido o nabo na púcara. O que aconteceu com tal despachanço de bombada que a gaja ficou com a pachacha púrpura.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Baba de Caracol

Ninguém me convence que um frasco de Baba de Caracol valha a fortuna que pedem por ele. Ah e tal fico com a pele mais bonita e jovial. Ah pois, que isto é uma fonte natural de regeneração cutânea. Ora foda-se. Acho que vou começar a comercializar Baba do meu Brenhol. É certo e sabido que rejuvenesce as células epidérmicas e ainda tem a vantagem de poder ser usado nos gargarejos matinais com claros benefícios para as cordas vocais. Pode ainda ser usado como lubrificante natural e - tenho quase quase a certeza - como branqueador da placa dentífrica. Um produto 4 em 1 capaz de levar as vaidosas deste país à loucura. Calma, não se acotovelem que há para todas. O Pacheco é um vulcão em constante erupção. Uma fonte contínua a jorrar vitalidade. Um penedo em cascata. Agora, Baba de Caracol? Quem é que vai optar por comprar a nhanha de um verme murcho quando pode ter a langonha de um nabo duro? O único senão para o Patife é que vai ter de passar menos tempo a afinfar afinfalhonas e começar a dar mais uso ao seu braço punheteiro para guardar a iguaria brenholeira. Mas o Patife está disposto a fazer o sacrifício por vocês. Aliás, para início posso sempre recorrer ao armazém que se instalou no tecto da minha sala. É que quando elas estão sentadas em cima do gigante Pacheco, o esguicho nabal sai-lhes directamente pela boca e estatela-se no tecto – isto quando não lhes vou ao recto. São autênticas estalactites de meita que estarão brevemente ao dispor de uma grande seita.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A Cenourinha

Calma seus glutões papa-ruivas. Não é nada disso. Se já estavam à espera de uma crónica que envolvesse uma faneca ardente com uma amêijoa de barba ruiva a levar uma traulitada homérica aqui do bacamarte do Patife, podem tirar o cavalinho da vulva. Isto é sempre a aviar mas não é à grande e à pachequesa. Mas quase. A Cenourinha era uma moça singela que, ao fim e ao falo, adorava levar com ela. Um dia surpreendeu-me. Estávamos em jogos de provocação constantes a ver quem cedia primeiro à tentação. Ela mostrava-se, exibia os seus dotes corporais e fazia gala dos seus músculos bem tonificados. Já o Patife faz gala do seu músculo bem conificado. A dado momento, e vendo que o Patife não cedia e não lhe dava a ponteirada no refustedo - até porque tinha algum arvoredo - a desgovernada sexual fez algo que na sua mente devia julgar que iria deixar o Pacheco de cabeça perdida – se bem que a cabeça do Pacheco não se perde. Disse então naquela voz tímidó-malandreca que todas gostam de usar de quando em vez: Queres que use a minha cenourinha? Confesso que não percebi. Mas queria ver o que ia sair dali – ou entrar ali – e acenei afirmativamente. Abre a mesa-de-cabeceira e retira uma cenoura enorme, viçosa. Não uma reprodução vibratória mas o próprio do vegetal. Ai, está tão fria, gemeu, enquanto entranhava o legume nas ventosas. Perante o meu ar de espanto, pega na cenourinha e começa a dar traulitadas fortes na patareca. Só me apeteceu dizer-lhe: Ó filha, já tinha percebido que gostavas de falar mas também não é preciso tanto bate-papo. Mas não quis descer o nível, por isso disse-o na mesma. Lá se desentusiasmou e veio dar uma mãozinha ao Pacheco que acabou em happy-end. No final apenas me lembro que a moça deixava cair ao chão tudo o que pegava. Outra coisa não seria de esperar uma vez que após o happy-end do Pacheco ela ficou com umas autênticas mãos de manteiga.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Aparelho nos dentes

Mulher que assobia ou é cabra ou é vadia. Gosto muito desta expressão popular. E estou com ela sempre na cabeça quando passo no Chiado e ouço uma mulher a assobiar. As orelhas do Patife eriçam-se, qual cão de caça, o faro - e o falo - apuram-se, e os olhos tentam encontrar na multidão a assobiadeira. Além do mais, mulher que assobia em pleno Chiado, está bom de ver, proporciona uma grande chiadeira na cama. De resto, com o Patife, chiadeira é o que acontece quando aqui o rei faz ânus. Mas dizia eu, ontem ao final da tarde lá dou a minha volta pelo Chiado a caminho de casa. E os meus pensamentos têm esta propriedade mágica de serem magnéticos. Por isso subo o Chiado a pensar: Assobia, assobia quer sejas cabra ou vadia, assobia, assobia quer sejas cabra ou vadia, repetido mentalmente até à exaustão. E invariavelmente lá escuto ao longe, entre a confusão de pernas despidas e de mamas decotadas, um assobiozito agudo, o que se torna grave. Procuro febrilmente os lábios cabris e vadios que emitem aquele som, tal como a melodia de um rouxinol atrai a cobra predadora. Se bem que neste caso o assobio atrai é aqui a cobra zarolha. Por fim lá a encontro. A expressão popular é como o algodão e a única dúvida é se ela é cabra ou vadia. Ou ambas. Ainda nem a foquei devidamente, muito provavelmente porque o par de chuchas que ela traz ao peito é digno de vazar uma vista, e já vislumbro a moça a sorrir. O Patife está habituado que se desfaçam em sorrisos à sua passagem mas esta tinha uma peculiaridade. Tinha aparelho nos dentes, apesar do seu ar trintão. Isto estancou de pronto a vontade fodista do Patife que sempre achou que um fellatiozinho feito por uma mulher de aparelho nos dentes devia ser considerado desporto radical. É como ter uma boca de palha-de-aço a mamar-nos no palhaço. E o Patife até gosta de desportos radicais. Mas este tipo de adrenalina faz o Pacheco tornar-se numa verga fina. E é a única situação possível em que elas se esquivam de levar com o meu aparelho nos dentes. Por isso tentámos outro tipo de abordagem esfodaceira, na linha dos desportos radicais. A escalada: É que demorou tanto tempo a chegar ao topo do monte Pacheco que a moça ficou com a rata escaldada.

terça-feira, 6 de julho de 2010

A Sardenta

Sempre gostei de mulheres de sardas. A sério. Tiram-me do sério. Não sei se é pelo ar demoníaco, se pela ideia de serem fogosas, a verdade é que quando passa por mim uma mulher de sardas fico invariavelmente com um grande sardão. É uma espécie de contágio fonético. Que depois passa a contacto fodético. Se bem que foda com sentido ético é coisa que não me agrada. Pronto. Lá está o Patife a dispersar. Dizia eu: Gosto de mulheres de sardas... Epá, desculpem. Só de escrever fico de sardão em riste. Que foi como fiquei este fim-de-semana assim que a PS (calma, já decifro) começou a falar comigo. Ainda para mais ela passou a tarde a beber finos o que me levou a pensar: Se tens uma fixação dessas por finos imagino como ficarás quando vires a minha imperial. Como sempre pareceu-me uma consistente ordem de ideias, por isso fui averiguar. Qual não é o meu espanto – por momentos pareceu-me que até o Pacheco teve um esgar de incredulidade – quando vejo que as sardas não eram um exclusivo do rosto. Lá em baixo tinha um pesseguinho perfeitinho, todo sardento, de pêlo curto, que era um mimo. Este facto, que lhe valeu o epíteto de PS (Pesseguinho Sardento) fez-me lembrar os sábios conselhos da senhora minha mãe: Come sempre uma peça de fruta por dia. A fruta faz bem à saúde. Mas o Patife não gosta de descascar fruta por isso deixei-lhe o pêssego em calda. O pior veio depois. Era uma menina pouco rodada nestas coisas de one night stand e após o segundo orgasmo do Patife, que se espalhou pelo peito da mocita, a rapariga soltou algumas lágrimas de emoção e confusão emocional que lhe caíam igualmente sobre o peito. E o Patife, do alto da sua sensibilidade nestes momentos, só se lembrou de soltar um: Vá... pronto... não adianta chorar sobre o leite derramado.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Más-línguas

Sempre gostei muito do jogo da malha. Aliás, quantas não convenci eu a jogar ao jogo da malha e que depois acabaram a malhar como gente grande na cama do Patife. Isto a propósito de uma confissão. Confesso que já não malhava a bom malhar há três dias. E para o Patife, três dias sem greta é um pouco como milionário sem cheta. Até parece peta. A sorte é que o Patife é uma espécie de camelo sexual. Fode, fode Patife, que o deserto pode aparecer à frente e terás de ficar dias seguido metido em aridez pachachal, apenas com umas miragens fantasiosas para consolar a vista e ficar ainda mais sedento. Ou pachachento, no caso. Por isso, após três dias de trabalho intenso que impediram de me manter fiel ao princípio de CMG – Chona Mínima Garantida – quando ontem me aparece no Chiado uma sublime decotada, penso logo para comigo: Eh lá, mafarrica. Estás tão decotada que certamente estás a pedir para ser desconada. Mas pensei tratar-se de uma miragem devido à travessia no deserto. Ainda assim, miragem ou não, o decote pedia por esclarecimentos. Então, como diria o meu amigo Xerife, pus a carne toda no assador porque há muito tempo não havia churrasco. Após averiguar – com ambas as mãos – que não se tratava de uma miragem, e após duas mamas de conversa, lá lhe dei a volta. Mas o Patife devia saber melhor. O tempo de conversa foi passado com a decotada a falar mal de outras mulheres. Daí ter achado uma grande erro ter-lhe empurrado a cabecita na direcção do Pacheco enquanto lhe dizia: Vá... Para baixo todos os santos ajudam. É que estas mulheres que estão sempre a cortar na casaca são umas verdadeiras más-línguas. E com estas é muito difícil ter um orgasmo via sexo oral. Falo escaldado até de gaja má-língua tem medo. Destas costumo dizer: Nem que a vaca venha com tusa. Mas a vida no deserto não é fácil e aqui o camelo precisava de ir à fonte para relaxar do trabalho. O que acabou por não acontecer pois apenas deixei cair o “t” e foi sempre a aviar no rabalho.