Nas últimas crónicas do Patife tenho lido alguns comentários em que me acusam de ser um ordinareco e um devasso que não respeita as mulheres e mais não sei o quê de ladrar mas não morder, tudo coisas que o Patife assumiu desde a primeira hora, para que ninguém tivesse dúvidas. Mas o merecido respeito pela delicada sensibilidade dos leitores e das leitoras que todas as terças e quintas me brindam com a sua visita e com as suas palavras impele-me a virar para coisas bonitas. Como a poesia. Este post é para vocês. Por isso, hoje acordei a pensar que se o Bocage e o Camões fossem um só haviam de ter saído pérolas literárias dignas de elevar a poesia nacional a um nível inigualável. Se o Camões e o Bocage fossem um só, Portugal, inspirado pelo mote lírico renascentista-satírico, teria conquistado o Mundo e iniciado a época Renascentírica, tornando-se num império dominador (e não submisso). Se o Camões e o Bocage fossem um só teriam certamente criado coisinhas poéticas lindas assim:
Descalça vem à minha fonte
Descalça vem à minha fonte
Leonor pela verga dura;
Vem formosa e sem secura.
Leva com a cabeça no pote,
O testo e as mãos na rata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Peito a espreitar pelo decote,
Está aberta e ninguém a segura.
Vem formosa e sem secura.
Abre toda a boca e a garganta,
Língua de ouro entrançado
Comprida de cor de encarnado,
Tão linda que o falo espanta.
Chove nela meita tanta,
Que dá graças à verga dura.
Vai-se formosa e sem secura.
Um poema destes teria sido facilmente considerado Património Sexual da Humidade. É o que eu acho. E com isto o Patife vai de férias. Obrigado por uma primeira temporada fantástica. Até Setembro. ;)