terça-feira, 10 de abril de 2018

Quem anda à vulva, molha-se

Esta estava sentada sozinha num restaurante a jantar, o que é praticamente o mesmo do que convidar-me a sentar. Estava entretida com os seus pensamentos enquanto comia uma broa de milho. Claro que por mim, sentava-me de pronto enquanto dizia em tom todo sedutor: “És podre de broa”. E depois ela achava graça e levava-me para casa. Claro que sei que isto só tem potencial de sucesso dentro do meu imaginário, por isso sentei-me suavemente e optei pela abordagem certa, correta e digna, dirigindo-lhe um elogio singelo mas pleno de significado, soltando assim en passant: “Sabes que és broa comó milho?” Pela primeira reação da mafarrica, agora penso que devia ter optado pela primeira abordagem. Mas entretanto já estava sentado, e antes que ela me mandasse embora, desatei a falar. Poucos minutos depois já estava enredada pela teia da minha conversa, que certamente lhe causa uma ligeira pocinha na cuequinha. Assim já quase a permitir um slide & splash à boca da cona. Mas depois detenho-me a pensar no Roland Barthes e no mito moderno da sedução, onde o caçador é que é seduzido, capturado e encantado pela imagem da presa, que capta a sua atenção. Há uma enorme equivalência entre o amor e a guerra, e nos dois trata-se de conquistar, de seduzir, de capturar. Cada vez que um sujeito cai de amores, retoma um pouco o tempo arcaico em que os homens deviam raptar a mulher (sempre passiva). Do modelo primitivo subsiste um vestígio público: aquele que foi seduzido é sempre "efeminado". Mas no mito atual, dá-se o contrário. O sedutor nada quer, nada faz; é imóvel e o caçador é que é o verdadeiro sujeito do rapto. Por esta altura já estou mais interessado em jogar a uma espécie de Quem é Quem deste jogo da sedução do que ir-lhe à pachacha. É que não aceito sentir-me uma presa desta porca da Brandoa. Uma coisa é conquistar o caminho para a pachacha de uma badalhoca dos subúrbios. É quase como que um desafio, ainda que bastante fácil. Outra é um gajo permitir-se ser caçado por uma. E o Patife não é fácil de sacar. Por isso aticei-lhe aqui o meu pilão de caça até a deixar sem dúvidas de quem tinha sido capturada, e deixei-a tão, mas tão excitada, que aquilo resultou numa avalanche orgástica de eleição. Mas que enxurrada de meita de gaja. Enfim… é a vida de caçador: Quem anda à vulva, molha-se.

28 comentários:

Mariete Salema disse...

Se se senta junto de uma mulher que está sentada numa esplanada ou noutro local qualquer, sozinha, será que consegue andar de pé? Não estará sempre sentado?
.
Ri com o seu imaginário, confesso.

Shiver disse...

E a refeição foi boa?

Patife disse...

Mariete Salema:
O Patife anda sempre é com ele em pé. Estando sentado ou de pé. ;)

Shiver:
Sim, comi um belo naco. Já ela comeu nacona. ;)

Geni disse...

Ahahahahah. "Por esta altura já estou mais interessado em jogar a uma espécie de Quem é Quem deste jogo da sedução do que ir-lhe à pachacha". O que me ri com isto!!!!

cantinhodacasa disse...

"Quem anda à vulva, molha-se", ahahah".

Se os post são fantásticos, os seus comentários são orgásmicos.

António disse...

e quem não anda à chuva, fica molhado por ver os outros ir à vulva

HD disse...

Molhadelas destas... são bem vindas!:-D

Maria Antonieta disse...

Ehehehehe...És mesmo passado da rosca!
Não fora uma ou outra palavra a fugir mais para o ordinareco, tinhas aqui um texto que dava para publicar no semanário do meu tio-avô.
Chama-se "Humor Sem Peias". Conheces?

:)

Cláudia disse...

Antes de mais, adorei o teu grandioso beijo de parabéns =)
Muito obrigado!

Em 2º lugar, comecei a ler e eu já estava naquela, queres ver que se apaixonou?
Já vi que não :P

Mas e então, não gostas de ser seduzido/caçado?

Beijocas

Gaja Maria disse...

Continuo à espera do dia em que ao invés de caçares, és caçado :)

Patife disse...

Geni:
Ri, filha, ri. Mas fui campeão do "Quem é Quem?" entre os 6 e os 12 anos de idade. Levo o jogo muito a sério. Já as quecas levo a brincar. ;)

cantinhodacasa:
Sou um Patife virado para o lado relacional. Há lá coisa melhor do que esgrimir palavras com outro ser humano? Bem... até há. Aviar uma senisga é melhor. Mas pronto, a segunda melhor coisa, vá. ;)

António:
Ver sem meter é coisas de voyeurs frustrados. Adoro ver, mas depois tenho de o meter. Garantidamente não sou eu que vou ficar agarrado ao pau. ;)

Hetero Doméstico:
Bem, depende. Há uns anos uma mafarrica teve um squirt que deixou a minha cama num chavascal de nhanha feminina. Foi um bocadinho longe demais. Sabes que é demais quando tens uma estalactite de suco vginal a escorrer-te pela orelha. ;)

Maria Antonieta:
Palavras a fugir para o ordinareco!? Eu!? desengane-se já. Todas as palavras vêm de um sítio chamado ordinarão e resuktam sempre numa escrita mais que ordinária: extra-ordinária, portanto. "Humor sem peias"? Não conheço. Devia? ;)

Cláudia:
Sou um apaixonado pela vida, por quecas e por mulheres. Mas a paixão dura o tempo exato de uma queca. Não estica mais. Ao contrário do meu pincel, que estica até se perder de vista. E não, não gosto de ser seduzido. Gosto de ser o comandante da sedução. O capitão do meu destino. O senhor das minhas ações. Como quem eu quero e não me deixo ser comido. São estas pequenas regras que me fazem não perder o norte e andar a comer por aí a torto e a direito, assim como tudo só a direito. ;)

Gaja Maria:
Esse dia ainda está longe de chegar. Não sei se alguém terá habilidade para o fazer. Sou como um puma. Selvagem. ;)

mami disse...

o teu jogo de palavras é genial!

DeepGirl disse...

Mas conta lá que técnica de sedução ela utilizou para te deixar tão atordoado, Patife!

Lucy disse...

Então, você se lembrou de Roland Barthes, o alarme soou?
Foi esbardalhar mais uma pachachinha...
Esta seria diferente, talvez a tal?

CÉU disse...

Boa noite,

Já visitei o seu blogue algumas vezes e li os textos fantásticos e humorísticos, que aqui escreve, incluindo os títulos, que são fruto de uma fértil imaginação, de uma cultura académica sólida e de algumas experiências, umas reais, outras inventadas e de um tempo que já lá vai (ó maldita hiperplasia da próstata), mas tudo isto faz deste espaço um ponto de encontro "obrigatório".

Tem uma prosa leve (já sei, a outra é pesada, grande e desventra qualquer uma, mesmo as da Brandoa), arejada, por vezes, em excesso (só aqui vem, quem quer), mas o que vale é que a sua mente está e é limpa, ao contrário da boca, que diz o que muito bem lhe apetece, mas pela boca morre o peixe, como sempre ouviu dizer.

Há gente porca em qualquer lugar. O Chiado é um local como qualquer outro, onde se passeiam pedantes, pedintes, estrangeiros, caçadores, predadores, pessoas que pretendem ser caçadas, mais avec finesse, aparente, enfim, gente anónima e indiferente a muito do que veem, mas como sei que tem um imaginativo e inteligente cérebro, já não digo cabeça para que não recorramos às palavras homónimas, há gente séria e gente que o não é, por toda a parte.

Bem, e esta "aventura real" acabou em alta ou em alto, claro está.

Seja feliz, escrevendo e inventando.

Dias felizes e de boas lembranças.

Mariete Salema disse...

E logo agora que tem chovido tanto, ihihihih Feliz fim de semana
.
* Sexo na Vertente BDSM: Violência ou prazer? Artefactos usados. *
.
Beijinhos

Diana Fonseca disse...

Estas reflexões são demais, hehe.

Patife disse...

mami:
Genial, genial é aqui o Pacheco na cama. Isso sim, é genial. É esfregar aqui a Lamparina que o génio mete logo a cabecinha de fora. ;)

Deep Girl:
Usou a técnica de estar a jantar sozinha. É um apelo explícito ao pinanço. Eu cá capto estes sinais todos. ;)

CÉU:
A mente limpa é a coisa mais importante. Se eu não limpasse a mente ao sujar a boca, devia derivar em alguma espécie de devasso ou de predador sexual. Ah, espera... ;)

Mariete Salema:
Tenho ideia que a minha cama fica sempre mais molhada do que qualquer pedra da calçada em época de chuva. ;)

Diana Fonseca:
Devias então ver-me a fazer flexões. Isso sim é que é demais. Faço duas inteirinhas. E são duas demais. ;)

ematejoca disse...

Já agora uma pergunta: quando tens disponibilidade para ler Friedrich Nietzsche ou Roland Barthes, porque pelo o que aqui leio, tu passas o tempo a dar lustro ao candieiro.

Vanessa Flor disse...

Visitando e desejando um feliz fim de semana.
.
* GERONTOFILIA: Sabe do que se trata, sexualmente falando?. *
.
Beijinhos doces.

Maria Antonieta disse...

A retemperar forças, Patife?...

Fazes bem que para novo ninguém vai...ehehe

Marisa disse...

Olaaaa! Descobri o teu blogue por acaso e confesso que fiquei fã! Tens uma nova seguidora! :D

O meu cantinho: http://xleclairdelune.blogspot.pt

Sara com Cafe disse...

vai, somente vai.

beijos.

Existe Sempre Um Lugar disse...

Bom dia, depois de ler o texto conclui que afinal conquistou um homem, você é que sabe o que gosta ou se foi bem enganado.
AG

Cláudia disse...

Patife, molhaste-te tanto que ficaste doente? =P
Onde andas tu, desaparecido?

Beijocas

Simple Girl disse...

O que eu me ri com este post!!!!
Bom domingo :)

hotmilfbrasil disse...

Humm ! veja meu blog hotmilfbr.blogspot.com

Patife disse...

ematejoca:
Nem sempre. O meu cérebro precisa quase de tanto alimento como o Pacheco. Já tentei pinar a ler, mas a coisa não escorreu bem. ;)

Maria Antonieta:
A dar-lhe com força. Foi mais isso. ;)

Clair de Lune:
Gosto da ideia de ser descoberto. Quase tanto como de cobrir. ;)

Sara com café:
Vou e venho-me. ;)

Existe sempre um lugar:
Uma conquista é uma conquista! ;)

Cláudia:
A pinar, por aí. Mas aqui, sempre aqui. ;)

Simple Girl:
Rir e vir são os melhores remédios. ;)