sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Pila bilingue


No outro dia pus-me a sacar uma série. Poucos minutos depois achei que deveria era estar na rua a sacar gajas. Em boa hora o fiz. Há um fenómeno raro que ocorre na cidade de Lisboa de tempos a tempos. É à espera desse momento que me levanto todas as manhãs cheio de ânimo. Ou pelo menos ajuda. E há noites em que saio à rua, entro num espaço nocturno lisboeta e para onde quer que me vire só vejo gajas com ar esfomeado, daquelas que a qualquer momento te podem saltar com a boca à trombeta. Sem sequer pedir licença. É um movimento cabril que enche as ruas de desejo não deixando espaço para mais nada. A não ser para o Pacheco em goela alheia. Nesses dias nem homens se vêem na rua. Quero crer que já foram todos afiambrados por uma digna representante desta manada caprina toda libidinosa da pachacha. Mas nesse dia o fenómeno ocorreu a uma escala inimaginável. Mal tinha espaço para caminhar. Tudo em volta eram probabilidades infalíveis de espetanço. Tanta e tanta cabra brocheira em potência que aquilo mais parecia um filme à medida da minha longa metragem fálica. Até faziam fila para entrelaçar o olhar de engate com o meu. Acabei por levar duas para casa, pois não podia levar todas. Mamaram a bom mamar, as safardanas. Pareciam as ninfas gémeas do chupalhanço da corneta. Já eu, enquanto elas se entretinham a lambuzar-me o besugo com a língua em simultâneo, ensaiei uma pose triunfal para o orgasmo enquanto gritava de janela aberta: “Tenho uma pila bilingue!”.

17 comentários:

Mustache disse...

Quer-me crer que isso foi no Vogue Noite da Moda...
Também por lá andei, mas estou longe de conseguir ter o teu nivel...

Malena disse...

Vê lá que as duas línguas não sejam incompatíveis!! ;)

Silent Man disse...

Esperanto e Latim? Línguas mortas? :p

Nuno Amado disse...

LOL
Uma pila bilingue é bonito!!!
:D
Também tenho um blogue para adultos, se quiseres dá uma espreitada, é um pouco mais gráfico (não fotográfico)!
:D
E se quiseres trocar links avisa!
;)

O meu blogue fica por aqui, nestes esquinas malvadas...:

http://leiturasbdpopporn.blogspot.pt/

Anónimo disse...

Com pilas bilingues aumenta o desemprego das conas tradutoras!

S* disse...

Pila bilingue é pau para o dobro da obra!

Unknown disse...

Caro Patife e seus leitores,

Nisto da “prova oral”, é preciso ouvir o outro lado — por assim dizer, dar voz à língua…
Neste sentido, convido-os a lerem o meu «Oh, le temps des cerises»
Já agora, diga-se que só fazem falta duas línguas quando uma não sabe o que fazer…

Aproveito para convidá-los a penetrar na minha “Boîte à cochonneries”, onde poderão encontrar este e outros textos.

Entesoadamente vossa,
Méssaline Salope


P.S.: A título de hors d’oeuvre, fica aqui a “Proposição” do blog:

MESSALINÍADA, I, 1–3

A cona e os lábios bem ’sporrados,
Que, na acidental cama Lusitana,
Caralhos nunca tão fundo ’spetados
Levaram ainda além da Rabadana,
E com falos e pénis bem brochados,
Mais do que prometia a força humana,
Entre gente remota alcançaram
Novo Orgasmo, que tanto sublimaram;

E também as memórias lubricosas
De Méssaline, a que foi dilatando
O cu bem enrabado, e piças viciosas
De África e de Ásia andou mui bem felando:
Aquela, que por fodas valerosas
Se vai de leis mais castas libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Cessem do lúbrico Bond e de Pã
As esporranças grandes que fizeram;
Cale-se de Casanova e de Don Juan
A fama das trancadas mil que deram;
Que eu canto o pito ilustre Lusitano,
A quem Príapo e Patife obedeceram:
Cesse tudo o que a Tusa antiga canta,
Que outro ardor mais alto se alevanta.

Shiver disse...

Melhor só se fossem mesmo gemeas Patife :)

AC disse...



ohhh regressaste...

Há quem fale muito, diga pouco e acerte menos ainda. E há malta a falar duas línguas que não supera quem fala uma só com convicção, certa de que sabe o que faz e o que diz.

Uma só voz, uma só língua tifinho...

Anónimo disse...

É uma característica que pode dar muito jeito devido à crise :D

Anónimo disse...

difícil fazer melhor do que @ anónim@
com a cona tradutora ;)

aqui fica o mimo. hh que me perdoe (que ainda vive para o fazer :)

Se perguntarem: e a pila bilingue?
Das artes do sexo escolho a de ver coninhas
despenharem-se
no grande falo pachecal; depois, em brasas pelos recantos,
charcos a correr delas.
Quero na escuridão revolvida pelos múltiplos corpos
ganhar segunda língua e orifício.
Traduzindo as bordas de fogo em suor
O meu desejo é esse.


beijo, Patifóide.

Stargazer disse...

Mauvais Mac,

Oui, c'est moi. :)

Activa o Google. Translator.

Bises,

Star :))))

Gaja Maria disse...

HEHE Gostei da cena, pena que ambas as línguas fossem de vaca.. :D:D

Urban Cat disse...

Ah ah, já me tinha esquecido como o humor por estes lados é...simplesmente hilariante.
Pila bilingue, what else!

► JOTA ENE ◄ disse...

... (re)bem-vindo amigo, não fora o teu comentário no meu tasco e nem sabia que tinhas voltado com toda a pujança.

Admira-me que trates agora o Pachecal por pila (desiludes-me). Como diz a minha amiga aNónim@ terei que ir pesquisar à 'cona tradutora', a despromoção do dito cujo.

Anónimo disse...



Adorei!

:) desejo

Anónimo disse...



Adorei!

:) desejo