quarta-feira, 29 de maio de 2013
Lufoda de ar fresco
Ouvia-a a chorar, numa mesa mais recatada do café, lamentando o fim de uma relação. Com ela, uma amiga ia emprestando palavras de moral e incentivo. Entre os soluços de uma e os conselhos de outra, percebo a amiga dizer: Não chores, que esborrata. Não é preciso muito mais para me criar a vontade de lhe esbodegar a rata. Por isso fui oferecer os meus préstimos. Apresentei-me, referindo que as palavras de nada servem e que as ações é que são as verdadeiras forças motrizes da mudança. Que podia estar a rebolar no lodo enfeitada com um coro de carpideiras em volta e que nada disso iria resolver os seus problemas. Que a palavra é sobrevalorizada e que para passar a ação só precisava de duas coisas: de força de vontade e de um nabo como o meu. Ainda consegui aperceber-me de uma janelinha de vontade no olhar da chorosa moçoila, que a empata fodas da amiga tratou logo de refrear: Esse seu pensamento tem uma grande lacuna. "Também essa tua amiga deve ter uma grande lacona e eu não te interrompi", pensei. Depois aventou qualquer coisa de eu me estar a aproveitar de uma mulher num estado frágil. Confesso que não estava. Sinceramente vos digo que uma mulher naquele estado jamais deveria recolher-se à sua privacidade e chorar em isolamento. Deveria era sair à rua e apanhar uma lufoda de ar fresco.
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15 comentários:
Para onde tenho eu de ir chorar, Tifinho??
agora é sextas e quartas, é assim?
tenho de saber para estar preparada.
agradecida
Hoje apanharia mais uma molhadela... ;)
(Abstenho-me de acrescentar a palavra de cariz sexual que rima com molhadela.)
Ámen.
«Que podia estar a rebolar no lodo enfeitada com um coro de carpideiras em volta e que nada disso iria resolver os seus problemas.»
mas que admirável imagem, Senhor meu Patife. já as imagino às duas (a choramingas e a amiga), nuas, a rebolar no lodo, mordendo as carnes e lutando por Si. no final uma mangueirada de Pacheco e pumba, vai de dar consolo :b
beijo
Quem não chora não mama!
Lufoda de ar fresco para não dizer corrente de ar, pá. Forte abraço.
De facto, passaram-lhe logo as lágrimas. Patife, tinha saudades, homem!
como é a nossa vida, patife? não quero estragar a surpresa e lamento constatar o óbvio mas hoje é 6f. temos post? não consigo viver nesta incerteza.
Ahhhhhhhhh voltaste ;)
Que bom!
Essa amiga empertigada também estava a precisar de uma lufoda de ar fresco, parece-me. Receando que não chegasse para ela, logo tratou de evitar que o chegasse à outra...
Confirma-se nada melhor para curar um desgosto amoroso!e um bom remédio para a crise também...
http://simplessensation.blogspot.pt/
NOVIDADES!! VISITEM
Voltei às risadas, Patife.
Que saudades das gargalhadas que dava quando te lia.
:) desejo
Grande sugestão, obrigada !
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