quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Abrir os olhos


Não percebo as mulheres que dizem que gostam muito de ler porque as relaxa. A mim a leitura exalta-me. Bem, se eu conseguisse ler Pedro Paixão ou José Luís Peixoto mais de cinco minutos seguidos, aí sim, talvez relaxasse. Estou certo que adormeceria de tédio. Dada a sua escrita estou certo que ambos são capazes de fazer sincronizar o período de todas as suas leitoras. E ontem lá encontrei uma a profanar a minha esplanada do Chiado com a leitura de um José Luís Peixoto. Além do mais eu já estava há mais de quinze minutos na mesa ao lado e aquela magana ainda não se tinha vindo meter comigo, o que roça a má educação. Se nem sequer tivesse olhado, isso sim, seria um verdadeiro desaforo. Como me considero uma pessoa nada egoísta e sempre pronta a ajudar a próxima, senti que era um chamamento para prestar uma boa acção. Naquele instante apercebi-me que tinha de lhe abrir os olhos. Por isso, foi com um ar de santo catedrático que me acheguei da sua mesa para lhe dar uma lição rápida de literatura. Da estupefacção inicial, passou cerca de meia hora a ouvir-me explicar a razão pela qual frases que constavam do seu livro como “No amor é preciso que duas pessoas sejam uma” ou “Quando damos as mãos, somos um barco feito de oceano a agitar-se sobre as ondas” são potenciais causadoras de derrames cerebrais e verdadeiros hinos de lamechice vulgar. Quando lhe dei em troca pérolas do Verlaine, do Paul Éluard e do António Maria Lisboa, estou certo que terá ficado possessa da pachacha. É que do abrir dos olhos ao abrir dos folhos foi apenas uma letrinha de distância.

39 comentários:

Carla disse...

Amuei.

Anónimo disse...

Mas que belezura. Temos hoje o Patife meu a discorrer sobre a influência da Literatura no Sexo... Pois fique o meu Amo e Senhor sabendo que a sua literatura influencia muito o meu sexo... fá-lo ficar inchado e molhado ;) logo, comprova-se a sua teoria, Senhor Meu Patife!

Kapikua disse...

A ultima frase é tocante, é a prova provada que o teu Pacheco é um verdadeiro 4x4!!!!

Grande abraço.

Patife disse...

Uma Rapariga Simples:
É só sentar-se no Chiado com um livro do género que será alvo da mesmíssima atenção. ;)

nAnónima:
Sempre almejei ser o sincronizador-mor da líbido das mulheres portuguesas. Hoje Portugal, amanhã o Mundo! Muahahahahaha (ecos malévolos). ;)

Kapikua:
Te garanto que o Pacheco é bem mais tocante. Mas confirmo que tem tracção às quatro fodas. ;)

R disse...

Consta que o Zezito Luís tentou adquirir o nome artístico de José Luís PeiXOXOTA... mas não se achou digno de... envergar ;)

MDRoque disse...

Um Pacheco letrado, é prova viva que The pen is mightier than the sword :D

Anónimo disse...

Querido Pacheco,
em primeiro lugar, essa onomatopeia tem de ser melhorada! Mais parece que me estás a mandar um beijo repenicado, e ambos sabemos que beijos são intensos e molhados, sempre.
em segundo lugar, não acho que essa ambição desmedida de queres ser o sincronizador-mor da grelada portuguesa te seja favorável. exige-se qualidade, mais do que quantidade. (Ao menos que venham lavadas e tosquiadas!)
e finalmente, pois tenho de dar lugar à menina que está atrás de mim na fila e te deseja tanto quanto eu - vamos ver quem será ;) - despeço-me com uma bela frase atribuída a Madame de Stael:

A conquista é um acaso que talvez dependa mais das falhas dos vencidos do que do génio do vencedor.

Beijão, Patifoide ;)

Patife disse...

Eros:
Brilhante, pá. Quase tão brilhante como ficam as xoxotas depois de conhecerem o Pacheco. ;)

Maria D Roque:
Impugno! A minha espada fálica é bem maior que qualquer caneta. Mas o Patife arrebita-se sempre que houve uma citação do Bulwer Litton desde que leu o Zanoni. (Que por acaso era um conto de eleição para o António Maria Lisboa). ;)

Patife disse...

nAnónima:
Concordo plenamente. A minha conquista acontece por causa das falhas. Que elas têm entre as pernas. ;)

Atenção que eu sou o Patife. O Pacheco também tem vida própria mas é o mostrengo que tenho entre as pernas. Não percebo a confusão. A não ser que estivesses mesmo a falar com ele. ;)

Não descuro a quantidade. A qualidade das mulheres na cama é como as kinder surpresa. Só sabemos depois de as abrir. ;)

Anónimo disse...

O que elas têm no meio das pernas não são falhas, são perfeições! (nota como não me incluo, já que tu não me incluíste!)

Não percebes a confusão??? Mas afinal quem manda aí desse lado? Tu?!? Falo directamente com o Pacheco, essa haste magnifica, que não vejo a hora de ter encostada ao meu ouvido!

Concordo (vê lá é se nenhuma traz um brinde "Surpresa!" ;)

Salvador disse...

(A caminho da Biblioteca)

Está explicado o meu insucesso junto do Mulherio. Mais do que as miseras dimensões do meu falo, o Fevereiro (em ano normal, note-se), foi a minha ignorância que me trouxe até aos 40 anos sem conhecer o colo (do útero) de uma Mulher. Raios! Quem é Paul Éluard? E esse Verlaine não é jogador do Standard de Liége?
Ah Caraças, que está na hora de deixar de ser leitor apenas d' A Bola à beira-mar... )). Ou melhor, ((...

Anónimo disse...


As lágrimas caem-me dos olhos de me rir.
Tens de vir à esplanada de A Brasileira, cá do Porto e aí, quem sabe, eu olho-te com as lágrimas nos olhos.

:)

POC disse...

"É que do abrir dos olhos ao abrir dos folhos foi apenas uma letrinha de distância."

Faz-se história neste blogue.
Estou em lágrimas.

Poesia é aqui.

Patife disse...

nAnónima:
Algumas são mesmo falhas tectónicas de grande gravidade. Quem manda é, invariavelmente, o Pacheco. Mas, ironicamente, sou eu que falo. ;)

Salvador:
"Fevereiro" é grandioso nome, com a informação necessária logo incluída à cabeça. (Reparaste o que eu fiz aqui agora, hein?). O Éluard é um daqueles poetas que, se souberes as suas palavras de cor, fará cair as mulheres aos teus pés. ;)

desejo:
Eu vou à Brasileira do Porto se prometeres que me olhas com as lágrimas nos folhos. ;)

POC:
"História" é o que acontece com o Pacheco num abrir e fechar de folhos. ;)

Anónimo disse...

não, querido, tu teclas (tocas?), mas o falo é ele ;)

Salvador disse...

ahahahah

Reparei, claro, Patife. E obrigado pela sugestão. Se me permite, agora que descobri o Paul Éluard e decorei umas estrofes, utilizo o seu espaço, uma espécie de Rua do Carmo da Blogosfera onde desfila tudo quanto é beldade, para tentar comprovar a sua teoria.
Atentem, Senhoras, na minha erudição:

"E pelo poder de uma palavra
a minha vida recomeça
Eu renasci para conhecer-te
Para dizer o teu nome"

In Liberdade, de Paul Éluard (Conhecem?)

Há mais, mas para vos sussurrar ao ouvido. Candidatas há? rsrsr

(E não sei porquê, palpita-me que a estrofe final de 'Ouvi Dizer', dos Ornatos Violeta, foi inspirada neste poema)

Salvador disse...

Mau! Passaram dez minutos e nenhuma se chega à frente? Estou desolado... rsrsrs

LÍRIO SELVAGEM disse...

Falam de literatura?
Interessa-me :)

Sufocada disse...

Até na literatura o Patife se desenrasca. A Mulher não tem defesas...

Anónimo disse...

"A ti que não tens nome e que os outros ignoram"

Lindíssimo!

mz disse...

Ler Paul Éluard juntos também pode ser romântico...
E também podem sentir aquele impulso amoroso que é uma mais valia! Sempre podem contribuir para o aumento da taxa da natalidade ;)

E ainda mais importante, pode ser que se inspirem e gritem juntos contra esta opressão/depressão económica actual. Ou não fosse o rapaz um revolucionário ;)

Portanto, uma leitura que se aconselha e recomenda.

Bjsssssss

Patife disse...

nAnónima:
Como no poema visual da Salette Tavares: "Falo? Fá-lo!". ;)
E sim, o Éluard era um surrealista do melhor. ;)

Salvador:
Ahahahahahah. Já sei o que está a faltar: a palavra proferida. Escrito só estás a aumentar o desejo pelo próprio do Éluard. Tenta na rua que vai ser como o urso para o mel. ;)

LIRIO SELVAGEM:
A literatura anda de mãos dadas com a minha dita dura. Aliás, como sempre assumi aqui ao lado direito no perfil do Patife, o meu sonho é fazer um threesome com a Megan Fox e com o "Humano, demasiado humano, um livro para espíritos livres" do Nietzsche. ;)

Sufocada:
Desenrasco-me nos livros e descasco-me na cama. Sobretudo esta última. ;)

Mz:
A única coisa para a qual posso contribuir é para o aumento da taxa de sexualidade. Enquanto não se pagar imposto... ;)




LÍRIO SELVAGEM disse...

Parece-me um ménage interessante, muito embora eu dispense a Megan, agora o Nietzsche é sempre uma mais valia :)

Irmãos: cagai nos pés e "lambei" as mãos, Diz que disse, mas não sei se disse. Se-calhar até disse...


Ó morcone, este tipo de escrita é de partir o coco a rir - tão partida como está a patarreca da tua prima Alva(mahalva) ?

Que tipo de blogs, livros, deste genero de escrita aconselhas?

Ando a ler MEC-O amor é fodido, mas aquilo é secante, o rapaz é um desafortunado.

Abraço

Patife disse...

LIRIO SELVAGEM:
Mais valis comer a Megan enquanto ela recitava Nietzsche. É isso, vou tentar isso esta noite com a primeira magana que me aparecer para ver se funciona. ;)

Anónimo:
Calma. Continua a ler o MEC que vais ter vários orgasmos literários com essa obra. As Minhas Aventuras na República Portuguesa também tem várias pérolas do género. ;)

O "Anónimo" não disse...

Que livros ou sites (blog's) recomendas?

Além de "O meu pipi", o "Filósofo Priapista" e esta pérola que é o "Fode Fode Patife", não encontrei mais nenhum blog à altura (não, não é do guindaste que tens entre as pernas - Pacheco).

Patife disse...

O "Anónimo" não disse...:
Gostaria muito de ajudar mas não me debruço muito sobre este tipo de escrita. Debruço-me mais sobre tipas de cricas. ;)

Petra disse...

Foda-se... não arredas as bordas do chiado?o catano

Malena disse...

Mas o Zé Luís tem umas tattoos e uns piercings que, juntamente com a escrita, o tornam deveras "titilante"!! :))

Patife disse...

Petra:
No chiado não há borda que não dê com a minha fartura. ;)

Malena:
A escrita "revira-me as tripas com um ancinho". E eu cá só me debruço sobre a escrita. E sobre gajas boas, claro. ;)

Patife disse...

Mamã de Peep-Toe:
No mundo do Patife, nenhuma mulher no Chiado está a salvo. ;)

Anónimo disse...

Ahaha Muito bom!
O que eu me ri com este post e os teus comentários! :)
É a primeira vez que visito o teu blog e já me tornei seguidor! Parabéns!
(relativamente ao post em si, acho que fosse qual fosse a sobremesa, o desfecho iria acabar por ser sempre o mesmo ;) )

Patife disse...

MS:
E desconfias tu muito bem. Após um jantar elas acabam sempre por ser a minha sobremesa. ;)

Anónimo disse...

Essa mariquice de nos obrigarem a ler autores portugueses e consagrados com laivos de profundidade conseguida pela urbe à custa de muitos furos nas orelhas e muitos copos na cabeça tem que acabar.
Já me deixei disso e a conselho do terapeuta procuro ajuda nas palavras da Margarida Rebelo Pinto que do cor-de-rosa chock nos oferece verdadeiras lições de vida.

Patife disse...

Skin n Under:
Ahahahahahahah. A Margarida dá verdadeiras lições de vida de um mundo paralelo onde os bombeiros deitam no fogo gasolina. ;)

A Chata disse...

Bem, parece que tenho de ir passear-me com os meus livros para o Chiado...

Patife disse...

A Chata:
Ahahahah. Os livros que as mulheres lêem é coisa que nunca me passa despercebida. É isso e decotes. ;)

A Chata disse...

Íamos ser muito amigos ;)

Patife disse...

A Chata:
Hurray! ;)