quinta-feira, 28 de abril de 2011

A posta na ponta da língua

Há moças que não sabem. E depois há as que não sabem e que não querem aprender. São as que mais me chateiam. Não saber é natural e está aqui o Patife para ensinar. Não querer aprender é um delito grave. Mais grave que isso só mesmo já saber tudo. Essas não me dão muito gozo, confesso. Gosto de as ver a assimilar ensinamentos com a mesma sofreguidão com que assimilam o Pacheco pela traqueia adentro. Os olhos ficam esbugalhados e com um brilho próprio de quem está a aprender algo de novo. É a magia do conhecimento. É impossível de resistir. Quando a vi na praia com a silhueta de um mocho tatuada na nuca - esse ícone  da sapiência e do conhecimento - depressa percebi que estava ávida de aprendizagem. Assim que lhe meti dois dedos na conversa logo comprovei que a rapariga não tinha licença de porte de armas de alto calibre. Pelo menos do meu ponto de picha. Pensei de pronto que aquilo era impróprio para maníacos e estava quase a desistir e a virar-me para um par de tetas oferecidas que me estavam a catrapiscar dentro de água, quando ela me contou que tocava numa orquestra. Ah matreira dum catano. As mulheres sabem que um homem não resiste a quem tenha experiência em instrumentos de sopro. Com um bocadinho de sorte ainda me soprava aqui no trombone. No pior dos cenários sabia manusear o arco de um instrumento de cordas, mas em todo o caso haveria sempre sapiência bocal ou manual. Afinal era mesmo trombone o que me levou a acreditar que a técnica entre o domínio de boca e de mão se aproximava da excelência. A sonsa, assim que percebeu o que resgatava a minha atenção, não parou de se insinuar, confessando que gostava de estar sempre a tocar trombone e a dar concertos em barda. Como sou bastante competitivo tive de lhe mostrar que sou um perito a dar consertos em bordas. Mas como sou um cavalheiro que gosta de agradar, obviamente que também a deixei brilhar à boca de cena do meu trombone. Sim é verdade. Tenho-a sempre posta na ponta da língua.

36 comentários:

Paula disse...

Patife patife... tu és um de instrumentos está visto

Patife disse...

E com o meu instrumento provoco gemidos dignos de orquestra. ;)

Anónimo disse...

...a procura do conhecimento pode sempre trazer inesperadas e boas surpresas...

...o que parece ter sido o caso, não é...?

:)

Petra disse...

não saber é realmente um delíto grave lool... Olha patife, estou muito triste não participaste no meu desafio dos insultos... não sei como vou ultrapassar isto....

SlaveGirl disse...

Patife, eu sei que a tua especialidade são os trocadilhos linguisticos. Mas nao percas de vista a coerencia do discurso. Nah percebi nada da historia.
;)
(também pode ser esse o objectivo)

► JOTA ENE ◄ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patife disse...

Ulisses:
É verdade. Mas cunhecer é bem melhor. ;)

Petra:
Podes enxugar as lágrimas! ;)

SlaveGirl:
Já dizia o Dali: "Como posso querer que meus amigos entendam as coisas que passam pela minha cabeça, se eu mesmo não as entendo?". ;)

Cacarol disse...

Tu és a sapiência em pessoa*

Patife disse...

Cacarol:
Já aqui o meu Pacheco é a saliência em pessoa. ;

SlaveGirl disse...

Então, passamos a ser três! Heheheh!
O que é sempre a combinação perfeita.
Neste caso, o facto de um estar morto ainda a torna mais atractiva, hehehe! ;)

Inês disse...

Patife: ficaste encantado quando soubeste que a rapariga sabia tocar instrumentos.

Patife disse...

SlaveGirl:
Combinação perfeita para uma comPILAção ainda mais perfeita. ;)

Inês:
Sim, assumo. Tenho uma fixação neurótica com raparigas que sabem tocar instrumentos. Gaita-de-beiços e gaita-de-foles estão no topo da lista. A Tuba também me agrada. ;)

Malena disse...

E o concerto esteve á altura? ;)

Inês disse...

Eu já toquei clarinete.

Patife disse...

Malena:
Foi desconcertante. Podia ter sido um mero espectador. Mas com o novo acordo fui um mero espetador. ;)

Inês:
Ah o clarinete. Fosse o Patife um gajo desavergonhado e diria que quem toca clarinete faz-se claramente ao minete. Mas não vou dizer. Hoje acordei muito respeitador. ;)

Desejo disse...

Ainda bem que dominas a arte, é na ponta da língua que o melhor dos melhores acontece. ;)

Unknown disse...

Então patife, como era "o pio da coruja"?

Inês disse...

Patife: és um bocage da blogosfera!!

Patife disse...

Desejo Evidente:
A arte do ponteiro está no ADN do Patife. Mas confio muito no meu ponto de picha. É fantástico. ;)

DUX_XXI:
Só não piou fininho porque o Pacheco é bem grosso. ;)

Inês:
Gosto de Bocage. Mas prefiro uma boca que age. ;)

Anónimo disse...

Estupendo este teu dom de maestro.
Qual a mulher que não gosta de instrumentos de sopro com um
m(a)estre(o) tão artístico como Patife?

:)

a puta educada disse...

Escritor d'um cabrão!! Já são menos 2 broches...

A Chata disse...

Aprendi a tocar violoncelo e flauta transversal. O que diz isso de mim?

Patife disse...

desejo:
Quando pego na batuta afinam todas. ;)

a puta educada:
Bolas. A minha sorte é que tenho alguns de reserva debaixo da cama. ;)

A Chata:
Que maravilha! Técnica de mão e de beiças a roçar a excelência. Se estás habituada a uma flauta transversal já é meio caminho andado para saber o que fazer com o tamanho do Pacheco. ;)

Gustav disse...

Consertos em bordas!?!?!!? AHAHAHAHAHAH. És demente!

Patife disse...

Antes demente que decente. Que nisto das pinadices o que conta é mesmo a indecência. ;)

... disse...

E qual foi a sinfonia que ouviste? a 7ª ou a 9ª

Patife disse...

Felina:
Foi mais sexofonia. Sete vezes, por isso foi a sétima sexofonia. ;)

... disse...

Gostava de saber no que ia dar se ela tocasse acordeão...

Patife disse...

Felina:
Isso é simples. Vinha ter comigo à esquina e tocava-me na concertina. ;)

Ísis disse...

Instrumentos de sopro???? Algum em particular? Sete vezes??? Com intervalo ou sem? ;-)

a puta educada disse...

Tenho k te tirar a cueca, Patife! Escrever sobre este tema, com esta regularidade e qualidade, é já em si tarefa difícil e, escuso de dizer, exemplarmente bem cu(o)mprida. Mas a atenção minuciosa k dedicas aos teus leitores é formidável. Revela respeito, cuidado para connosco e estimula a participação. E os comentários k escreves mantêm o nível e a coerência do todo. Senti necessidade de te dizer isto: obrigada!! E carícias para o Pacheco k ele também merece!! Devias ser publicado!!

Ficheiros Zecretos disse...

Foi a "consertos em bordas", mas a partiu tudo foi mesmo o aparte como quem não quer a coisa: "Pelo menos do meu ponto de picha". Muita porreiro!

Tenho-te adicionado há séculos, mas deixei de cá vir. Agora tenho andado a ler uns quantos textos e tal franga tendo orgasmos, tal eu partindo o coco a rir. Espectáculo!

Inês disse...

Esta história de orquestras e músicas fez-me lembrar um fadinho da Amália, em que o refrão era:
"juntaram-se os 2 à esquina, a tocar a concertina e a dançar o solidó."

Tripolar disse...

Para além de as teres postas na ponta da língua, também gostas de pôr a línguas nas postas?!

Já o outro dizia: "Quero cheirar teu bacalhau, Maria!"

Patife disse...

Isis:
O Pacheco é o maior instrumento de sopro registado em Portugal. Com pausas claro. Mas por gentileza, pois elas ficam com a crica a fumegar. ;)

a puta educada:
Gosto muito com me tiram a cueca. Não há melhor forma de elogio. Além disso o Pacheco é que é uma arma exemplarmente bem comprida. ;)

Aqueleparvo:
Pois do meu ponto de picha fizeste tu muito bem! Quanto ao espectáculo cabe-me informar que prefiro o uso do novo acordo: Espetáculo. Esse espectáculo de espetadas. ;)

Inês:
Por acaso ainda ontem me juntei com uma à esquina, a tocar-me na concertina e a fazer-me um bobó. ;)

Tripolar:
Prometo revelar toda a verdade sobre esse assunto em breve. ;)

Anónimo disse...

parece-me q querias dizer concertos...